Comemorado dia 20 de agosto em todo o País, o Dia do Maçom celebra de forma simbólica a importância dos maçons durante toda a história do Brasil. Apesar disso, como o Maçom possui como função essencial a busca pela verdade, cumpre destacar que a data, apesar de já estabelecida com comemorações por Lojas Maçônicas em todo o contexto nacional, é celebrada em período equivocado do calendário devido à uma falsa interpretação histórica firmada em torno de sessão maçônica que concretizou a Independência do Brasil em 1.822 que ocorreu no dia 9 de setembro, e não no dia 20 de agosto.
O Irmão Pedro Juk, membro da Loja Estrela de Morretes e atual Secretário de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil – Paraná (GOB-PR), explica que o entendimento foi firmado no ano de 1956, pelo Irmão Osvaldo Teixeira da Loja Acácia Itajaiense, que entendia que neste dia, em 1822, Gonçalves Ledo e outros maçons de importância nacional teriam proclamado a Independência do Brasil dentro de uma Loja Maçônica. Entretanto, o fato, segundo o Irmão Juk por meio de seus estudos históricos maçônicos, não procede, visto que não houve qualquer reunião no GOB, instalado no Rio de Janeiro, no dia 20 de agosto de 1822 e muito menos foi proclamada a Independência do País neste dia.
A proposta na Loja de Santa Catarina prosseguiu, foi aprovada e foi instalada também pela Grande Loja de Santa Catarina, propondo tal data para ser comemorada nacionalmente pela Maçonaria na V Mesa Redonda realizada em Belém do Pará em junho de 1957, tornando tal comemoração obrigatória em toda a Maçonaria brasileira, algo que se enraizou desde então no contexto maçônico nacional. Segundo Juk, tal entendimento foi um erro de interpretação advindo de Visconde do Rio Branco, que entendeu que houve equívoco na interpretação do calendário maçônico (envolvendo calendário equinocial e religioso hebraico). Analisando de forma histórica, com isso percebe-se que Gonçalves Ledo, na Loja Maçônica “Comércio e Artes” no Rio de Janeiro, exigiu a libertação do Brasil no dia 9 de setembro de 1.822 e não no dia 20 de agosto, seguindo os entendimentos históricos em torno dos calendários analisados pelo Irmão Pedro Juk. Deve se levar em conta que Dom Pedro I já havia proclamado a Independência do Brasil no dia 7 de setembro de 1.822 às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, no entanto tal notícia, em período do século XVIII de Brasil Colonial (sem comunicação em tempo real por redes sociais como ocorre atualmente), não havia chegado ao Rio de Janeiro. Nesse sentido, pode se afirmar que a Independência do Brasil, foi concretizada, portanto, por meio destes dois episódios históricos.
Segundo Pedro Juk, a falta interpretação da data criada pelo Visconde do Rio Branco, fez com que escritores tenham interpretado o Dia do Maçom no dia 20 de agosto de forma errônea no século XX. "Em síntese, no dia 20 de agosto não houve nenhuma Sessão no GOB, senão no dia 9 de setembro quando dois dias já haviam se passado da proclamação da Independência do Brasil. Infelizmente, apesar de todas as provas angariadas por autênticos escritores, pesquisadores e historiadores, nossas autoridades ainda as consideram como folhas ao vento, dissimulando a cada ano que passa essa “balela de 20 de Agosto” como comemoração do Dia do Maçom", finaliza o Irmão da Loja Estrela de Morretes e secretário do GOB-PR.
Por Leonardo Quintana Bernardi.
Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR – CIM N.º 302822
Por Yassin Taha.
Deputado federal do GOB-PR – Loja Maçônica Perseverança
*Com informações do Irmão Pedro Juk (JB News – Informativo nr. 2.167 – Florianópolis – SC)