A despeito de agosto ser considerado por alguns como o mês do “desgosto”, por conta de algumas desgraças terem acontecidos ao longo da história nesse período, dois acontecimentos marcam esse mês: o 11 Dia do Advogado e o 20 Dia do Maçom.

            E por ser um editor de um jornal maçônico, não poderia me furtar de tecer, ainda que breve, considerações sobre o 20 de Agosto: Dia do Maçom, neste que é considerado “o jornal do Maçom da Bahia”.

                Desde os primórdios dos tempos, os seres humanos criaram os "dias de homenagem" para aquelas coisas que fossem muito importantes para o grupo social ou comunidades da qual estavam inseridos.

            Do remoto passado, guardamos os vestígios, que nada mais são do que lembranças nem sempre claras do sentido original e primitivo da homenagem. Por exemplo, nos solstícios e nos equinócios, cultos agrários à natureza, ao sol e a vida, o Cristianismo foi buscar as festas Juninas. E o Natal, simbolizando o dia do nascimento de Cristo.

A sociedade moderna “dita civilizada” tem ampliado o número dos “dias de homenagem”. E ao longo dos 365 ou 366 (quando bissexto) dias do ano, temos homenagens como dia dos pais, das mães, das avós, da sogra, de santos padroeiros, de determinada profissão, datas nacionais, municipais, estaduais, as pessoas vivas, mortas...

Nessa leva de homenagens, a maioria justa e algumas desprovidas de significado sócio-histórico, é que surge o Dia do Maçom do Brasil (ou brasileiro). Diz-nos a história que em setembro de 1918, o Irmão Antenor de Campos Moura, então Venerável da Loja “Fraternidade de Santos”, propôs ao Grande Oriente do Brasil a instituição do “Dia do Maçom”, que seria comemorado não só como um dia de festa, mas também como um dia de beneficência e de caridade.

 E cada Loja que fizesse uma reunião no dia que bem entendesse, essa data poderia ser considerada “Dia do Maçom”. Mas posteriormente foi escolhido o dia de 20 de agosto, sendo aceita e comemorada por todos os maçons das diversas potências e Lojas do Brasil.

A explicação que os estudiosos da temática maçônica nos trazem para a escolha do dia 20 de agosto, baseou-se na histórica Sessão conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, onde o Ir∴ Gonçalves Ledo pronunciara um discurso inflamado, fazendo sentir a necessidade de proclamar-se a “Independência do Brasil” (ou para sermos politicamente correto, “Separação do Brasil de Portugal”), cuja proposição foi aprovada pelos presentes e registrada em ata no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, interpretado como se fosse o dia 20 de agosto.

Na realidade, os estudiosos referem-se um a erro histórico, dada a utilização equivocada do calendário gregoriano, ao invés do calendário equinocial, utilizado para o registro da sessão, onde o ano se inicia no dia 21 de março, que leva a reunião para o dia 09 de setembro.

Portanto, "... No dia 20 de Agosto, em sessão do Grande Oriente, com Ledo na presidência, D. Pedro era aclamado Imperador do Brasil, tendo sido, essa sessão, a Verdadeira ‘Proclamação da Independência’, feita pela Maçonaria Brasileira, doa a quem doer..." (José Castellani, em "Os Maçons que fizeram a História do Brasil").
    “... Ninguém ignora que a Independência nacional proclamada entre as quatro paredes dos templos maçônicos” (Adetino de Figueiredo Lima, em “Nos Bastidores do Mistério”).

O dia 20 de agosto, portanto, considerado como Dia do Maçom do Brasil, traz um simbolismo fenomenal, porque a sua escolha marca um momento histórico de fundamental importância para o povo brasileiro, a Separação do Brasil do jugo português.

Parabenizamos todos os IIR∴ Maçônicos espalhados pelo país afora em suas diversas potências e orientes e que esse DIA DO MAÇOM, seja um dia de reflexão ativa, um dia de repensar para agir, sobre o que realmente estamos fazendo em prol de nossa Ordem e como poderemos a partir de hoje, contribuir para a sua melhoria.

Por Ir.·. Vercil Rodrigues

Mes.·.  Maç.·. , 27º,  Editor-fundador do jornal e site Maçônico “O Compasso”. Itabuna – Bahia