A Maçonaria é uma sociedade secreta e filantrópica espalhada por todos os recantos do mundo, cujas ações são reservadas apenas aqueles que dela participam.
Tem por princípio a liberdade, a igualdade e a fraternidade e como símbolos os instrumentos dos arquitetos, dos engenheiros e dos pedreiros, ou seja: o triângulo, o compasso, o esquadro, a régua e o cinzel.
A origem da Maçonaria é muito discutida, havendo a respeito uma série de fatos lendários. Diz-se derivar dos tempos bíblicos e, mais especificamente de Hiran “Arquiteto do Templo de Salomão”, o qual teria dividido seus operários em três categorias: aprendizes, companheiros e mestres; Diz-se, ainda, que teria origem dos essênios, dos caldeus, dos pitagóricos ou das corporações operárias criadas por Numa em 715 anos antes de Cristo.
Numa Pompílio foi o 2º Rei de Roma era um sabino, o que significa vindo do povo e protegido por DEUS, era pacífico e religioso, foi o grande incentivador da construção das catedrais sob a influência espiritual da Igreja Católica.
Existem ainda registros da existência de Atas que teriam sido encontradas e datadas de 1598, com tendências no sentido de que a Maçonaria teria surgido do desenvolvimento das confrarias medievais de pedreiros e, em particular dos pedreiros ingleses.
Todavia registram-se informações orais e escritas que desde 1410 já se fazia referência ao Templo de Salomão, o que leva a crer que os maçons operativos ingleses desde aquela época adotavam aquele Templo como alegoria bem mais antiga.
Para o estudioso Alex Horne o costume de identificar a maçonaria com os canteiros de obras do Templo hebraico, não seria privativo dos ingleses, pois que os pedreiros franceses e alemães também fizeram uso dessa tradição.
A Maçonaria tem por princípios, como mencionado, a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade e está presente em todos os continentes, estimando-se 160 países, com quase seis milhões de membros por todo o globo terrestre. No Brasil, existem cerca de 211 mil maçons em aproximadamente 4.700 lojas, pregando basicamente dois conceitos fundamentais: fraternidade e respeito à liberdade, na busca de uma sociedade mais justa e igualitária, em que todos possam desempenhar as mesmas obrigações e ter os mesmos direitos.
Existem aproximadamente 160 ritos, entretanto, são 04, os ritos mais praticados pelas Potências Maçônicas em todo o mundo e por isso são tidos como universais.
Primeiro, o Rito Simbólico ou Azul, que forma base de todos os demais;
Segundo, o de York ou Moderno Inglês;
Terceiro, o de Schroder na Alemanha e o
Quarto, o Escocês Antigo e Aceito.
Nos países onde se fala a língua inglesa se segue mais os ritos de Iorque e Escocês;
Entre os Germanos, o rito de Schroder;
O Rito Azul ou Simbólico, se compõe exclusivamente dos três graus simbólicos, fundamentais e universais a ordem. (Aprendiz, Companheiro e Mestre).
O Rito de York se admite ser um dos mais antigos, tendo sido introduzido em Londres em 1743. Na América, compreende 09 graus (Aprendiz, Companheiro, Mestre, Mark-Master, Past-Master, Excelentíssimo Mestre, Real do Arco, Mestre Real e Mestre Eleito.
O Rito Schroder, também denominado de Rosa Cruz, fundado na Alemanha em 1766, por Schroder, se deduz ser uma mistura da Maçonaria Simbólica e de 04 graus superiores baseados na magia e alquimia, de pouca duração e de nomenclatura já desaparecida.
Aqui no Brasil, predomina o Rito Escocês.
O Rito Escocês Antigo e Aceito é o Rito da Perfeição ou de Heredon de 25 graus. Foi criado em 1758 na França, onde se reuniu um Conselho de 09 Príncipes do Oriente e do Ocidente, onde se encontra a origem imediata do Rito Escocês Antigo e Aceito de 33 Graus.
Como visto o Rito Escocês Antigo e Aceito, consta de 33 Graus, divididos em sete classes.
Os três primeiros Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre são conferidos pelas Lojas Simbólicas que estão subordinadas as Grandes Lojas Soberanas, a exemplo da nossa Loja Areópago que deve obediência a Grande Loja da Bahia, sendo o atual Grão Mestre o Irmão Arlindo Neto.
A Maçonaria Simbólica se encerra, desta forma, no Grau 3.
Como estamos em Loja de Aprendiz e aqui se encontram recém-iniciados, em homenagem aos mesmos, vamos falar um pouco sobre esse GRAU.
Ao ingressar na Ordem Maçônica, o Candidato ao passar pela iniciação quando do ritual de aprendiz, é como se ocorresse a sua morte simbólica no mundo profano e viesse a renascer ao encontrar a verdadeira luz, começando, assim, uma nova vida.
O aprendiz ao ingressar na Maçonaria Operativa será guiado pelos Mestres Maçons que lhes ensinarão a trabalhar e se portar corretamente no canteiro de obras, desbastando a Pedra Bruta, o que simboliza desvencilhar-se dos defeitos e das paixões, para poder compartilhar da formação moral da humanidade, que é sem dúvida, a verdadeira obra da Maçonaria.
Desse modo, durante o interstício do Grau de Aprendiz os irmãos devem se dedicar a esse objetivo visando o domínio de si próprio, progredindo na grande caminhada abraçada ao ingressar na nossa Ordem, galgando os Graus de Companheiro e de Mestre Maçon.
A Maçonaria Simbólica se encerra, desta forma, no Grau 3.
Não podemos deixar de esclarecer, não ser obrigatório que os Irmãos após alcançar o Grau 3, venham necessariamente a ser iniciados no Grau 4 e daí em diante.
Aqui mesmo em nossa Loja, nós tivemos e temos muitos Irmãos que não passaram do Grau 3.
Contudo, não podemos também deixar de ponderar que esses Irmãos encerraram a sua carreira maçônica no simbolismo, ficando uma incógnita quanto aos estudos filosóficos.
Eu sempre me refiro que o Maçom que fica estagnado no Grau 3, é como o cidadão que vai a Roma e não ver o Papa.
Sem maiores comentários, basta atentar para o fato de que em todas as Sessões dos Graus Simbólicos, o Venerável da Loja numa deferência toda especial convida aos Irmãos do Grau 33, para tomarem assento no Oriente.
Em que pese, como mencionado, a Maçonaria Simbólica se encerrar no Grau 3, existe uma perfeita e necessária ligação harmônica entre a Loja Simbólica e os Autos Corpos, como são chamados os Graus posteriores, ou seja, o Irmão não pode ingressar na Loja de Perfeição sem antes passar pelos três Graus da Loja Simbólica, como de igual forma, não poderá também ingressar se estiver com sua situação irregular na Loja Simbólica.
Os Graus 4º ao 14º, chamados Inefáveis, são conferidos pelas Lojas de Perfeição;
Os Graus 15º a 18º, são conferidos pelos Capítulos ou as Chamadas Oficinas Vermelhas;
Os Graus 19º a 30º, são conferidos pelos Conselhos de Kadosh, Areópagos ou Oficinas Filosóficas;
Os Graus 31º a 33º, são chamados GRAUS ADMINISTRATIVOS.
O Grau 31º e 32º, são conferidos pelas Lojas Consistórios e
O Grau 33º, conferido exclusivamente pelo Soberano Grande Comendador.
Todos esses GRAUS do 4º ao 33º estão subordinados, portanto, ao SUPREMO CONSELHO com sede na Cidade do Rio de Janeiro, que é presidido pelo Soberano Grande Comendador, atualmente o Irmão Jorge Luiz de Andrade Lins.
Esse é um pequeno resumo a que nos propusemos com vistas a relembrar aos Irmãos a caminhada maçônica a qual por muitos já efetuada e, especialmente, aos Irmãos Aprendizes e Companheiros que por certo com o mesmo entusiasmo e denodo percorrerão os degraus da Escada de Jacó.
Ir José Alberice de Oliveira Andrade
Mestre Maçon. Grau 33. Membro da Academia Maçônica de Letras Ciências e Artes da Região Grapiuna (AMALCARG)