Abordar este tipo de assunto, a homossexualidade, em tempos atuais, é bastante complicada, mesmo porque, há um consenso, silencioso, de que certos assuntos, tabus, estão protegidos e assegurados até por lei. Existem grupos de patrulha que atuam sobre quaisquer opiniões divergentes sobre o fato, grupos que consideram quaisquer argumentos contrários possuir fulcro discriminatório e em certos casos até criminoso, vivemos sob a égide do politicamente correto e de sindicatos e agremiações LGBTQIA+; um homem branco, olhos verdes, cabelos lisos, hetero não mais possui lugar de fala sobre o assunto gênero.
Certa vez, em Loja, eu, ainda aprendiz, visitante, presenciei um irmão que ao pedir a palavra, chorando, narrou para os seus pares um seu dilema que estava vivendo naquele momento: Sua esposa havia lhe pedido o divórcio, transformando sua vida e a de dois filhos num turbilhão confuso e de difícil solução; a esposa estava desfazendo o seu lar, levando seus dois filhos menores embora para viverem junto a outra pessoa, uma mulher, ou seja, sua ex-esposa desmanchou sua família original e foi montar outra família; família com um casal do mesmo gênero.
A Loja se dividiu, notem, as opiniões dos irmãos se dividiram, uns terminantemente contrários a ex-cunhada, outros perplexos buscavam motivos plausíveis para o fato enquanto tentavam consolar o irmão, ainda, por outro lado, haviam os que achavam que a mulher tinha o direito a sua própria vida e decisões.
Enquanto a Loja se compunha, pois que o burburinho havia tomado conta do ambiente, um dos irmãos, decano, pediu a palavra e, com gabardia, consertou e induziu os irmãos, cada um, a esquadrinhar sua consciência sobre o que lhes ordenava nosso ritual e a se comportarem como tal.
Falou o decano:
Meus irmãos:
para que nos reunimos aqui?
para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos e os erros.
Repetindo: preconceitos, preconceitos, preconceitos.
Naquele instante a palavra seguiu em frente sem que opiniões preconceituosas ocorressem; porém, o erro, encontrado por muitos foi contido no episódio e o assunto sepultado.
Encorajo a todos os irmãos, que hora leem este artigo, a adicionarem sua opinião pessoal na sessão de comentários, se a favor ou contra, claro, com civilidade.
Nós, maçons, defendemos a liberdade e a igualdade seja racial, social e etc; isso posto, em lugar nenhum está escrito que é proibido ser homossexual, para vir pertencer aos nossos quadros, a única exigência é a de que se precisa acreditar num ser criador e ser de bem e de bons costumes, ou seja, ser socialmente equilibrado, respeitado, possuindo condições econômicas de manter a si e sua família com dignidade.
O fato de uma pessoa ser homossexual, para ser admitido na maçonaria, ele atendendo os requisitos básicos, acima citados, sua orientação sexual estará fora dos requisitos exigidos pela sindicância, teoricamente nada que o impeça.
Entretanto, apesar de nada haver contra os homossexuais e nossos princípios pregar em sua base que devemos combater preconceitos, nem sempre isso se reflete no cotidiano de nossas Lojas.
Eu pessoalmente nada tenho contra o Homossexual, tenho e convivo com alguns bons amigos, o que me afasta ou me constrange é quando o homossexual é afetado, caricato, degenerado, um exagerado; aí procuro, de fato me afastar.
Escrevo sobre o assunto, porque não raras vezes o tema vem bailar em ágapes ou nos WhatsApp, por grupos de maçons.
Como sempre há divergências discrepantes e o que pesa, nas minhas rasas impressões, é de que há uma luta entre gerações muito acirrada, em curso; os mais velhos que não querem nem discutir o assunto e os mais jovens que aceitam com certa (talvez excessiva) naturalidade.
O maior problema, visível, natural, é que muitos (dos mais velhos), atendendo o seu (pessoal) conceito religioso entende ser um pecado, alguns outros, mesmo sem envolver o aspecto religioso, crê ser uma “IMORAL” afronta a família e, assim por diante; o impasse parece ainda longe de ser resolvido.
Desse modo, apesar da Maçonaria, de per si, nada ter contra tal fato, aceitar homossexuais em seus quadros, pois que buscamos Homens de bom caráter, nunca questionamos a sua orientação sexual, cultura ou crença religiosa, o fato de uma pessoa ser homossexual, declarado, pode levar a ela, como candidato, a não ser aceito em nossa ORDEM.
Diante desse fato, dessas questões levantadas pergunto aos meus irr.’., leitores desse artigo:
- O que você pensa desse assunto?
- Pode-se ser confessadamente gay e maçom?
- Deve ser aceito, sem restrições, a convivência maçônica com o homossexual.
Eis a questão!
Ir∴ Leonardo Garcia Diniz
Mes∴ Maç∴ e membro da A∴R∴L∴S∴ Amparo e União 260, Or∴ de Ilhéus.