Hospitaleiro
Uma das definições “constitutiva” da Maçonaria, a que mais gostamos usar e que, em particular, bazofiamos, é aquela uma sua especial característica e essência; a “Fraternidade”!
O Hospitaleiro tem por ofício, em Loja, a difícil tarefa de manter a “fraternidade” sob constante analise, auscultando a Loja, acompanhando seus membros, para poder detectar episódios de necessidades que por ventura possam existir ou haver e de, improvisar ele, no seu máximo, dentro das possibilidades suas e ou de sua loja, para ministrar alívio para estas situações; pode e deve o Hospitaleiro, também, quando o quadro assim o exigir, providenciar o devido socorro quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de seus pares, outros maçons, ou, ainda mesmo, de toda sua Loja, quer, pois, mais além, se a situação assim o justificar ou impuser, promover, via a Grande Loja do seu Estado, que estiver subordinado, via através do seu lá (correlato ir.·. ir.·. Grande Hospitaleiro, pedir a ajuda dele e ou a de todas as demais Lojas do seu Estado e, mais longe, quiçá, necessitando mais, pode vir a solicitar ajuda de todo o seu País.
O Hospitaleiro não tem o condão de resolver todos os problemas de sua Loja, ele não é o único responsável pelas soluções “exigíveis”, ele é apenas um mero expectador (atento) que ao detectar qualquer sinal de alerta providenciará o seu pronto acompanhamento e, responsável que é, iniciará “COORDENAÇÃO” junto com a diretoria a que pertence para a busca de pertinentes soluções; tudo, sempre, dentro de nossos padrões de moral e decência, para que jamais se violem as leis existentes e mantendo-nos homens livres e de bons costumes ante a nós e à sociedade.
O maçom age em nome da solidariedade!... Jamais da cumplicidade!
A solidariedade dos maçons existe e pratica-se!
Ante aos infortúnios que a qualquer um pode acometer, às doenças que, cedo ou tarde, a todos afetam às perdas de entes queridos que inevitavelmente a todos sobrevenham estaremos, aqui, de pé e ordem, para oferecer conforto moral e calor humano, nossa presença amiga, e, então, até mesmo, idem, quando necessidade houver de auxílio financeiro; Essa presença, esse lenitivo, esse auxilio será sempre “coordenado” pelo Mestre Hospitaleiro. O Hospitaleiro é aquele elemento a quem é confiada à função de organizar, dirigir, em tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita. A presença do Hospitaleiro não desobriga os demais elementos da Loja dessas mesmas ações e providencias.·.
Todos por um e um por todos!,... Todos ao caldo e fé em DEUS!
O trabalho do Ir.·. Hospitaleiro no Templo é singelo, mas, fora dele, este Oficial deve ter o maior carinho com os demais Irmãos, muita dedicação, muito desprendimento.
Seria desejável que este Ir.·. pudesse, periodicamente, visitar o Lar dos demais componentes da Loja, tomar conhecimento de seus problemas conjugais, financeiros, de saúde, assim como de suas alegrias e realizações.
Quando algum irmão e ou seu familiar estiver hospitalizado, acamado e ou em convalescença o ir.·. Hospitaleiro deve coordenar até mesmo o espaçamento de visitas, para que a solidariedade não se transforme em afluência, num montão de pessoas ao mesmo tempo o que poderia levar a uma perturbação para o doente. O Hospitaleiro assume, assim, em primeira linha, a tarefa de se informar do estado do irmão, de auxiliá-lo e o confortar e, mais, de organizar os termos em que as visitas dos demais Irmãos se deverão dar.
Solidariedade com equilíbrio!... Assim deve e precisa agir um Mestre Hospitaleiro.
O Ir.·. Hospitaleiro não é omnisciente. Portanto, qualquer maçom que detecte ou conheça situações onde exista a necessidade de sua presença deve comunicá-la ao Hospitaleiro da sua Loja. E depois deixá-lo avaliar, analisar, atuar, coordenar, e colaborar na medida e pela forma que for solicitado que se faça.
A solidariedade maçónica é assegurada, em primeira linha, entre Irmãos. Mas também, com igual acuidade deve existir em relação às viúvas e filhos menores de maçons já falecidos. Porque a solidariedade não se extingue com a vida. Cada maçom, auxiliando a família daqueles que já partiram, sabe que quando chegar a sua vez de partir deixará uma rede de solidariedade em favor dos seus que dela (solidariedade) necessitem verdadeiramente!
E a solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçom, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As ações de solidariedade ou beneficência em relação a quem - maçom ou profano - necessita, em auxílio das organizações ou ações que benevolamente ajudam quem precisa são, no nível da Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.
O ofício de Hospitaleiro é, obviamente, um ofício muito importante em qualquer Loja maçónica.
O símbolo do Hospitaleiro é um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa onde o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve, figurativamente, sempre carregar consigo, pois, nunca se sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçom dá para o Tronco da Solidariedade. Mão segurando o saco, no modo e gesto como, tradicionalmente, após a recolha dos óbolos para o Tronco da Solidariedade, o Hospitaleiro exibe o saco contendo esses óbolos perante a Loja, demonstrando estar á disposição de quem dele necessite. Mas o ofício de Hospitaleiro, a função que assegura, vai muito para além do auxílio material. Muitas vezes, o mais importante auxílio que é prestado não implica a necessidade de recorrer ao metal, que só é vil se não o soubermos enobrecer pelo seu adequado e útil uso.
Assim sendo: O Venerável Mestre suplica aos obreiros em todas as nossas oficinas:
Seja Generoso meu Irmão!
Por Ir.·. Leonardo Garcia Diniz
Mes.·. Maç.·. da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Simb.·. Vigilância e Resistência n° 70. Or.·. de Ilhéus – Bahia