
TEMPO DE ESTUDOS – Gramática: Uso das Aspas
A Maçonaria nos permite, em conformidade com seus símbolos e alegorias, que falemos até de gramática. A escada em caracol, por exemplo, que compõe o PAINEL de companheiro, designa seu 9º degrau de GRAMÁTICA, e como uma das sete artes do mundo antigo.
A escada em caracol, como bem sabemos, é constituída de 15 degraus. Os 3 primeiros são designados de Prumo; Nível e Esquadro. Os 5 seguintes têm os nomes dos 5 sentidos, pela seguinte ordem: audição; olfato; visão; paladar e tato. Estes 5 degraus são dotados de um corrimão sustentado por 5 pequenas colunas representativas das ordens de arquitetura do mundo antigo Greco-romano: Jônica. Dórica; Coríntia; Compósita e Toscana. Os sete degraus seguintes têm os nomes das sete artes consagradas pela antiguidade: Gramática; Retórica; Lógica; Aritmética; Geometria; Música e Astronomia.
Vamos nos sentar nesse 9º degrau e falar um pouco da parte da Gramática que trata dos sinais de pontuação, que são de três classes: OBJETIVA: vírgula; ponto e vírgula; dois pontos e ponto final; SUBJETIVA: ponto de interrogação; ponto de exclamação; reticências e parênteses e DISTINTIVA: aspas; travessão; parágrafo; chave; colchete e asterisco.
Os sinais de pontuação são representações gráficas empregadas na linguagem escrita com a finalidade de tentar recuperar recursos específicos da linguagem falada, tais como entonação, pausa, citações, distinguir palavras e expressões estranhas ao nosso vocabulário, etc. Assim, é incorreto, na linguagem falada, mencionar o nome do sinal de pontuação que está no texto lido.
Possuem, basicamente, duas funções: representar, na linguagem escrita, as pausas e a entoação da língua falada, na tentativa de reconstituir o movimento vivo, recursos rítmicos e melódicos que a oralidade possui, e dividir as partes do discurso que não têm entre si uma íntima relação sintática.
Vamos nos ater somente às aspas, uma vez que estão, incorretamente, sendo muito usadas na linguagem falada por apresentadores de televisão, locutores de rádio, alguns oradores e por alguns secretários ao lerem as atas.
São empregadas nos seguintes casos, mas apenas na linguagem escrita, vale repetir:
1. No início e no fim de uma citação ou transcrição literária
Exemplos:
Fernando Pessoa nos revela em um de seus poemas que Júlio César definiu bem toda a figura da ambição quando disse: “Antes o primeiro na aldeia do que o segundo em Roma”; disse o Apóstolo Paulo: “si quis non vult operare nec manducet “– que aquele que não quer trabalhar, não tenha o que comer -.
2. Para fazer sobressair palavra ou expressões que, geralmente, não são comuns à linguagem normal (estrangeirismos, arcaísmos, neologismos, gírias, etc.)
Exemplos:
O Sistema DOSVOX é um “software” especial para cegos; os escravos chamavam meu bisavô de “sinhô” ou “nhonhô”; o diretor daquela escola pública, para todos os alunos, era considerado “sangue bom”.
3. Para realçar o significado de qualquer palavra ou expressão, ou para marcar um sentido que não seja o usual
Exemplos:
O vocábulo “que” pode ser analisado de várias maneiras. Ela deu um “espetáculo” no saguão do prédio. (A palavra ESPETÁCULO aqui tem o sentido de ESCÂNDALO.)
Observação: As aspas também podem ser empregadas no lugar dos travessões em diálogos, quando da mudança de interlocutor.
Exemplos:
“Vamos mudar de assunto”, disse eu. “OK, vamos então falar de amor?” replicou Clara. “Boa idéia!” concordei, sorrindo-lhe.
4. Para fazer sobressair o título de uma obra literária, musical, etc.
Exemplos:
Adorei ler “Nosso Lar”, de André Luiz; você gostou do disco “Sozinho”, do Caetano Veloso?
Observação: Quando as aspas abrangem parte do período, o ponto é colocado depois delas: Na política, ainda são bastante numerosos os “partidários do Lulismo”.
Quando, porém, as aspas abrangem todo o período, o ponto é colocado antes delas: “Nem tudo que reluz é ouro.”
Fontes: Gramática Metódica da Língua Portuguesa, d Napoleão Mendes de Almeida e Ritual do Grau 22.
Por José Carlos Oliveira
Gr.•. Inspetor Litúrgico da 3ª Região Litúrgica da Bahia do Grau 33 do R.•. E.•. A.•. A.•. da Maçonaria Para a República Federativa do Brasil; Fundador da A.•. R.•. L.•. S.•. Acácia Grapíúna – nº 95 e Membro da A.•. R.•. L.•. S.•. Areópago Itabunense. Itabuna – Bahia