A música é tão importante na vida humana que tem gente que não consegue viver sem ela, desde a hora de acordar até ir dormir é preciso escutá-la. Ao acordar para ter mais energia e começar bem o dia, e ao dormir para relaxar e descansar, terminando o dia também ‘numa nota alta’. Ou seja, a música se torna um hábito diário o qual traz bem-estar e também qualidade de vida. A música é a arte de produzir e combinar sons, acordes de todos os elementos de criação sonora: instrumentos, ritmos, sonoridades, timbres, tons, organizações seriais, melodias, harmonias, etc. No seu sentido mais primitivo é a arte de produzir e de combinar os sons de uma maneira tão agradável ao ouvido, que as suas modulações comovem a alma
Em todas as civilizações, a música tem um papel importante nos actos mais relevantes, social ou pessoalmente, onde exerce um papel mediador entre o diferenciado (material) e o indiferenciado (a vontade pura), ou entre o intelectual e o espiritual. Por isso tem especial importância nas cerimónias ritualísticas, dada a sua capacidade de promover as emoções. A música representa o equilíbrio e a ordem; é uma linguagem universal.
A energia que a música é capaz de transmitir, certamente transforma a maneira como as pessoas lidam com as mais diferentes situações do dia a dia. Seja para realizar uma atividade física, limpar a casa, cozinhar, se locomover para o trabalho ou até mesmo para dormir, cada pessoa possui familiaridade com um estilo diferente e é isso o que permite essa pluralidade de ritmos presentes na cultura brasileira. Além disso, vários são os benefícios da música na vida das pessoas e alguns desses efeitos costumam ser universais. Isso significa que dependendo do estilo, as pessoas em geral sentem a mesma sensação, o que favorece que tratamentos possam ser realizados a partir da musicoterapia.
O que é Musicoterapia

Musicoterapia, como o nome já diz, é uma forma de tratar os pacientes através da música. É uma técnica que trabalha com a saúde ao utilizar formas diversas de aprendizado, expressões e arte. Trazendo prevenção e promoção de saúde para todos. A música faz com que sintamos emoções positivas ou negativas. Ela evoca emoções que são ativadas em partes e áreas de nosso cérebro, por exemplo: córtex, amígdala, cerebelo, hipocampo e etc. Essas áreas são mais desenvolvidas e ativadas positivamente ao serem trabalhadas com a música. Melhora o humor, a atenção, concentração, a memória e lembranças profundas. São feitas sessões com o paciente ativo, ao se colocar a tocar e cantar junto com o psicoterapeuta. Pode-se trabalhar sessões individuais ou em grupos, e cada um vai fazendo de acordo com o seu ritmo e/ou juntamente com o terapeuta, porém, ambos trabalhando as técnicas juntos, de forma ativa ou passiva, quando o paciente apenas vai percebendo o que o terapeuta faz, toca ou canta. A musicoterapia é feita com a execução de uma música ou trecho musical, por meio do qual o paciente vai acompanhando e participando ativamente. Os benefícios são comprovados pelos estudos científicos e vistos no processo do terapia, os quais são observados um bom desenvolvimento dos pacientes nas sessões, melhor desempenho em suas sensações corporais e na capacidade que vão desenvolvendo em expressar suas emoções com mais facilidade. O ato de ouvir música e/ou tocar, ajuda a melhorar as frequências cardíacas e respiratórias e pressão de pacientes portadores de doença arterial coronária. Ajudam em transtornos neurológicos, pois tem se mostrado muito eficaz nos sintomas da ansiedade, depressão e de isolamento. A musicoterapia tem efeitos surpreendente também no tratamento de pacientes vítimas de AVC. Sabe-se que a música desperta emoções nos pacientes vitimizados e ainda por cima estimulam as interações sociais; o que ajuda muito no processo do tratamento. Pacientes com Mal de Alzheimer e outros tipos de Doenças Neurodegenerativas também são beneficiados com a Musicoterapia, pois o tratamento faz com que os pacientes tenham certa ativação neural. Na vida social, a musicoterapia estimula a capacidade interativa e de comunicação, promovendo a socialização e melhora dos aspectos emocionais, físicos, biológicos e culturais. Ela une as pessoas e trata o humor, depressão, ansiedade, estresse e motiva cada vez mais os pacientes a encararem a vida com mais energia, motivação e determinação.
Música para viajar no tempo

Outra revelação científica confirma um fato que todos nós já conhecemos. Para viajar no tempo, especialmente quando queremos evocar memórias da nossa adolescência, que é uma das fases mais marcantes da vida das pessoas, usamos a música. De acordo com os dados publicados pela Krumhansl & Zupnick, as músicas da nossa adolescência nos transportam no tempo imediatamente. Não é preciso ouvir nossa música favorita para iniciar essa viagem por nossa memória, mas basta ouvir as notas de qualquer música que associemos a essa fase da nossa vida. Segundo Krumhansl, “a música transmitida de geração em geração forma as nossas memórias autobiográficas, preferências e reações emocionais”, um fenômeno que chamamos de choque de reminiscência. Estas novas descobertas mostram a influência da música na infância. Portanto, desfrute e aproveite ao máximo o poderoso efeito da música em nossas vidas. Como disse Nietzsche, “sem a música a vida seria um erro”.
As músicas ativam o cérebro de uma forma geral, tendo influência completa sobre o mesmo, o que explica porque ela tem tanto poder em pessoas das mais diferentes partes do mundo. Estudos realizados por diversas instituições ao redor do mundo mostram que canções podem ser altamente benéficas, mas que também podem trazer malefícios dependendo da escolha do repertório. Além disso, cada pessoa vai ter uma reação diferente a uma mesma música, já que isso depende do seu relacionamento com a mesma, embora existam algumas emoções universais relacionadas com alguns estilos musicais e é sobre isso que vamos falar em mais profundidade.
Mestre de Harmonia

Os significados de Harmonia já mostram claramente a complexidade deste tema. É sabido que a música é uma das sete artes liberais, além da lógica, da gramática, da retórica, da aritmética, da astronomia e da geometria, que foram muito estudados na idade média. A música tem o poder de preparar ambientes, acalmá-los ou agitá-los. O mesmo poder tem com o nosso espírito. O ritmo, a melodia e a mensagem são capazes de aflorar os sentimentos, sejam eles nobres ou não. Pode facilitar o processo de meditação ou trazer desestabilidade emocional. Dado este poder que a música tem, me questiono: o quão dedicado e estudioso deve ser um Mestre de Harmonia? A Harmonia, em seu sentido mais amplo, é a ciência da combinação dos sons, o que forma os acordes musicais e tem por finalidade a formatação de uma das expressões na criação da Beleza.
A música é também uma das formas mais usadas para criação de âncoras nas pessoas. Âncora é uma das técnicas utilizadas na PNL (Programação Neurolinguítica) para criar ou modificar respostas associadas à um estímulo. Inconscientemente os humanos estão expostos à ancoragem, por exemplo, quando sentimos um cheiro de comida e lembramos de alguém que fazia aquela comida no passado, ou ouvimos uma música e nos emocionamos, porque ela nos faz lembrar de alguém ou de uma situação importante. Com isso, fica claro que o correto uso das músicas e sons como âncoras em um processo de iniciação e ao longo dos rituais nas lojas, fará com que a aprendizagem contínua dos maçons seja melhor absorvida por cada um de nós.
O Mestre de Harmonia possui um dos cargos mais ativos da loja, pois além de participar em cada momento do ritual é ele que tem o dever de criar os ambientes e estados de alma. Este é um trabalho demorado e nada fácil, que certamente ocupa tempo considerável do Mestre da Harmonia em sua vida pessoal. No mínimo, ele precisará ouvir diversas músicas para poder selecionar aquelas que considere como as mais apropriadas para serem utilizadas no decorrer de uma sessão maçônica. Ou então, deverá ser profundo conhecedor e apaixonado pela música, tendo ao longo da sua vida desenvolvido muito conhecimento e repertório musical.
.Os discípulos de Pitágoras estudavam a música como disciplina moral, pois ela atuava no controle dos ímpetos das paixões agressivas e no afloramento dos sentimentos nobres e elevados; por meio da música buscavam desenvolver a união, pois entendiam que ela instruia e purificava a mente, desse modo eliminando, pela audição de melodias suaves e agradáveis, a angústia, anseios frustrados, agressões verbais e stress mental. Portanto, em uma reunião Maçônica deve-se tocar a música que melhor traduza os sentimentos dos Irmãos em cada momento do ritual.
Amadeus Mozart e a Música

Na Maçonaria a música representa uma das sete artes liberais, simbolizando a harmonia do mundo e especialmente a que deve existir entre os maçons. Através da beleza dos sons e da harmonia dos ritmos chega-se à sabedoria do silêncio.
A música é a arte de organizar os sons. Toda a arte consiste em organizar um material de acordo com as “Leis” e um propósito. A música é nela mesma e por essência, uma maçonaria, uma construção de carácter iniciático. Os elementos que a compõem não são os sons, pedras brutas, mas as notas, pedras talhadas. Os três parâmetros que precisa a talha da pedra, precisa o som:
A Força que reside na densidade. A Sabedoria no seu “tempo” ou longitude. A Beleza na sua altura ou frequência. As pedras justas e perfeitas do edifício musical devem ser encaixadas: a música é uma construção, uma arquitectura, uma “arte real” que nos revela as leis universais da “Grande Obra” que podemos organizar em três etapas. O Silêncio, vazio necessário antes da manifestação, é o estado de aprendizagem. O Som, a manifestação, a tomada de consciência, o despertar do companheiro. A Melodia, a organização do som pelo maestro.
Talvez a mais alta representação da música maçónica corresponda a Mozart que foi iniciado como aprendiz Maçon no dia 14 de Dezembro de 1784 na loja A Esperança Coroada (La Esperanza Coronada) e por este motivo interpretou-se na loja a sua cantata “A ti alma do Universo, OH Sol” (K.429) na que a ária do tenor é um hino ao sol e à luz; cantata duplamente adaptada à celebração da grande festa maçónica de São João do Verão (mais conhecida como de solstício de Verão) e ponto culminante do ano maçónico; também encaixa igualmente na cerimónia de iniciação do primeiro grau maçónico, quando o aprendiz, depois de ter sofrido as provas simbólicas, recebe a luz. Pouco antes da dupla investidura que Mozart e o seu pai receberam em 2 de Abril de 1785 como mestres maçons na loja vienense “A esperança coroada”, compôs para esta loja duas das suas mais importantes composições maçónicas: “A alegria maçónica” (K 471) e a “Música fúnebre maçónica” (K 477).
Em 1786, por motivo de uma reorganização das lojas vienenses ordenadas pelo imperador José II, Mozart compôs para sua loja “A nova esperança coroada” duas cantatas maçónicas: “Para a abertura da loja” (K 483) e “Para o encerramento da loja” (K 484). Encontramo-nos, entretanto, com três obras de Mozart ligadas à maçonaria e nela que descobrimos Mozart comprometido com a liberdade e com os ideais da Revolução Francesa, especialmente em “Vós que honrais ao Criador do Universo infinito” (K 619), que é uma mensagem dirigida à juventude alemã no momento em que compunha a ópera da fraternidade universal. As outras duas composições estritamente maçónicas a que Mozart pôs música foram uma pequena cantata maçónica, “Elogio da amizade” (K 623), (datada em Viena em 15 de Novembro de 1789) e “Cruzemos as nossas mãos” (K 623a) e que se canta formando a cadeia de união. A sua obra póstuma, o seu canto de cisne foi a que intitulou “Pequena Cantata Maçónica”, cuja audição se deu numa sessão da sua loja, dirigida por ele mesmo, dois dias antes de se sentir atacado pela enfermidade misteriosa que o conduziu ao sepulcro. Resulta emocionante ver a Mozart no umbral da morte, esquecendo-se de si e da sua dificuldade física, cantando a fraternidade unida no trabalho, e a presença da luz no ímpeto e no calor da esperança. Três semanas mais tarde, falecia. Em 1791, no último e mais importante ano musical, Mozart, debilitado, compôs entre outros, a ópera "A Flauta Mágica", seu maior sucesso de público e crítica e a magnífica e impressionante "Missa de Réquiem". Contrariando a crença difundida alguns anos após, de que a morte lhe encomendara uma música para o seu funeral, a missa de Requiém foi uma peça encomendada pelo rico e excêntrico conde Franz Von Walssegg-Stupach, que se apresentara a Mozart disfarçando em criado, pagará um preço acima da média e que tinha o costume de assinar, como de sua autoria, composições de vários compositores da época.
Pois os sons são energias que nos aproximam do Grande Arquiteto do Universo estimulam-nos os sentidos e que devem ser conduzidas pelo Espírito com mãos hábeis e sensíveis para a devida sustentação do ambiente favorável ao trabalho dos Irmãos, mantendo o livre fluxo de energia que deverá circular, provendo-nos da Sabedoria, da Força e da Beleza, tríade que compõe as colunas que sustentam nossos intuitos de tornando-nos Homens de Bem, Harmoniosos, Justos e Perfeitos no nosso dizer e com os nossos passos do dia a dia.
Biografia: Ópera Maçônica a Flauta Mágica- Rizzardo da Camino Editora:Madras.
Biografia: https://bibliot3ca.com/musica-e-maconaria-a-harmonia-em-loja-as-ressonancias-secretas-da-maconaria/
Biografia: https://www.freemason.pt/mozart-flauta-magica-maconaria/
Biografia: Harmonia cruz-altense- Rossano Viero Cavalari / Editora: Martins Livreiro
Biografia: https://www.psicologiamsn.com/2013/09/influencia-musica-vidas-musica-psicologia.html
Biografia: Teoria da musicoterapia-Rolando Benenzon / Editorial :Summus
Por Ir.·. Sandro Pinheiro M.·. M.·. da A.·. R.·. L.·.M.·. Flauta Mágica nº 170 do Or.·. do Rio de Janeiro