Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama. eu desisti. mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer. Bob Marley

O caráter humano, apesar do homem se esforçar, magnanimamente, para contê-lo em si, age impetuosamente, furiosamente, se enjaulando (muitas das vezes) dentro de parâmetros aceitáveis, socializados, civilizados, para depois, cedo ou tarde, seja de que forma for, se desnudar em toda o seu requinte, mesmo que hercúleos trabalhos se levantem, interiormente, para que se o controle, mas é missão impossível; temos o caráter humano, portanto a exposição é inevitável, jamais digam que dessa ou daquela água não se beberá.

Vivemos em uma grande arena, socos, murros e golpes baixos, são desferidos a torto e a direito, confabulações, falsas narrativas e traições flutuam ao sabor de forças ocultas, da ingenuidade e credulidade excessiva de muitos, do confiar na palavra vocalizada, da sede de “poder”, mesmo por instantes, condutas que campeiam em todos os atos da vida humana; na família, sociedade, associações e ou fraternidades. temos sim, sem reservas, o caráter humano imperando; a sede pelo domínio do outro, do grupo, é a nossa mais clara e retilínea evidência de possuirmos para além de uma animalissimamente atitude “o caráter humano”. somos todos, cada um a seu modo, em determinado momento, em seu território de ação, vítimas, predadores e tiranos.  a natureza humana atua e se manifesta fortemente nos seus variados módulos, tanto os das virtudes, como a dos vícios, idolatrias, devassidões e sede de domínio, por isso é que precisamos ser mantidos sob rigoroso controle social e limitado pelo império de deus.

Uma associação maçônica quando seus membros estão reunidos em loja, irmãos, precisam entender que a tribuna é livre, jamais o malhete de um venerável mestre, mesmo que se erga e bata, conseguirá frear a força do caráter humano; uma loja é o espaço onde a natureza humana se desnuda inteiramente, para o bem ou para o mau, e não necessariamente o aquele que é o melhor membro, o que mais inteligente, o que mais ajuda, será o escolhido pelo grupo dominante para o seu seio. o dono da loja e um pequeno grupo que o segue, sempre se revezando nas diretorias, cercam, impedem, o crescimento daqueles de quem eles são sabedores jamais se subjugariam as suas vontades pessoais e as de seu grupo; assim sendo, o dono de loja alavanca somente o crescimento dos que a eles interessam. o poder precisa ser mantido a qualquer custo!,.. mesmo que no caminho alguns bons homens caiam por terra. É o poder pelo poder!

O dono da loja é uma figura caricata, que ao contrário do que o grupo que o mantem poderoso espera dele, não é capaz de fomentar novas lideranças ou sucessores apropriados para comandar e andar com suas próprias pernas, ele precisa se acercar e de possuir, a sua volta, apenas pessoas que se submetem aos seus anseios e caprichos, monopolizando, influenciando, impedindo o surgimento de novas lideranças. se coloca como um tirano e em tempo que se mostra insubstituível, perfeito, centralizador. sem liderados não há líderes, mas em contrapartida, sem vassalos não há reis. o dono de loja precisa de vassalos para seu império prosperar.

As lojas estão se transmutando em espaços políticos, tal reviravolta tem afastado e empurrando para a coluna do meio, com forçadas visitas esporádicas, homens que normalmente estariam capacitados a lutar pela maçonaria ativamente, homens que há mais de uma década, com muito gana e garra conquistaram muito conhecimento e muitos deles trabalharam para suas lojas, para os altos corpos e a sua respectiva grande loja incansavelmente sem pedir nada de volta, sérios maçons, grandes homens; mas nocauteados foram.

Desilusão é sentimento que advém da morte de expectativas, da falta de espaço para crescer, da frustação de perceber que as barreiras impostas por grupos comandados por donos de loja o afastam do processo natural de evolução, que deve se acreditar ser puro e limpo, mas que passa muito longe disso.

Recompor-se, lamber as feridas, seguir a vida, sacudir a poeira e superar., rever os dois lados da coisa, viajar em seu interior, procurar entender a natureza humana exemplificadas no preto e branco do nosso pavimento mosaico. 

Nosso templo continua sagrado!,... mas nossa egrégora não reúne mais força espiritual coletiva afim de unir nossos pensamentos e sentimentos; perdeu-se o objetivo esotérico! 

Requer coragem e resiliência continuar, mas o caminho, quer me parecer, não tem retorno à vista.

Ir.·.  Leonardo Garcia

Mes.·.  Maç.·., grau 33, Res.·.  Loj.·.  Simb.·. Amparo e União nº 260, Or.·. de Ilhéus - BA