A sensibilidade da equipe assistencial do Hospital Calixto Midlej Filho (HCMF) possibilitou o reencontro, na última quarta-feira (6), entre um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a pequena Zara, cachorrinha da raça Shih Tzu, considerada a mascote da família. Carlos André está internado desde o dia 20 de julho, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O paciente tem uma conexão muito forte com Zara. “Antes da cadelinha chegar, Carlos dizia que não queria um animal em casa, de maneira alguma. Depois ficaram bem próximos, a ponto de ele chamá-la de meu ‘voinha’. Carlos apresentou uma enorme evolução quando ela entrou no nosso lá. Zara faz uma diferença muito grande nesse processo de recuperação”, afirma Leila Fernandes.
Antes da internação de Carlos André, todos os dias, no início da noite, Zara ficava em cima de um cantinho, na sala, esperando ele chegar. “Isso se repete ainda hoje. Essa relação de amizade faz muito bem para ele. Ela será a companhia dele nesse processo de recuperação, que será longo. Os estudos indicam que o cão é um grande aliado no tratamento da doença”, relata.
A ideia de promover o momento especial com a pequena Zara foi de Leila Fernandes e da filha do casal, que se lembraram que o animalzinho de estimação da família foi muito importante em outros momentos da vida dele. Mãe e filha passaram a discutir como viabilizariam o reencontro da cachorrinha com o tutor internado na Unidade de Terapia Intensiva do hospital.
A ideia de promover o reencontro
Mãe e filha decidiram levar a ideia à psicóloga da UTI Laíse Nascimento, que se comprometeu em consultar a viabilidade com a equipe e a maneira como o reencontro poderia acontecer, pois, não é permitida a entrada de animais na unidade. “No momento da solicitação para trazer Zara ao hospital, eu até brinquei com a psicóloga que abriria mão de outro pedido para ser atendida nesse”, conta Leila Fernandes.
O reencontro ocorreu no momento em que o paciente apresentou evolução no quadro de saúde e pôde ser levado, em segurança, com acompanhamento dos profissionais, até uma área de acesso à UTI. Para a família, valeu todo o esforço. “O reencontro foi emocionante, não tem explicação. Foi maravilhoso presenciar uma equipe de UTI toda mobilizada para tornar o reencontro viável”.
Leila Fernandes elogiou a maneira como os profissionais compraram a ideia de trazer a mascote para ter contato com o meu marido. “O momento foi lindo, incrível. Ficamos emocionados. Eu só tenho a agradecer a essa equipe maravilhosa, que tem cuidado tão bem do meu marido. Quando chegar aqui, ter certeza que o nosso bem maior encontra-se em boas mãos, cuidado por pessoas que amam e todo o tempo verifica cada detalhe, retornamos mais tranquila para casa.
Carlos André sofreu um AVC isquêmico enquanto dormia e foi internado em estado grave no dia 20 de julho. “Esse AVC evoluiu para hemorrágico, com paralisação de uma parte do cérebro, numa extensão que não imaginávamos. Há dois dias foi tirada a sedação. E ele começou a interagir. É preocupante porque ele já vem com alguns contextos de saúde, com complicações iniciadas há 12 anos. Voltou a ter episódios há quatro anos e agora novamente. Precisou passar por procedimentos”.
A psicóloga Laíse Nascimento explica que a equipe da UTI do Hospital Calixto Midlej Filho trabalha não somente para atender às necessidades do paciente, mas também do acompanhante. “Sabemos da importância de construir um caminho que ajude no tratamento, como disse Leila. Por isso, não pensamos muito em buscar alternativas para viabilizar esse encontro do paciente com o seu animal de estimação. Um reencontro tão emocionante”, contou.
