A Romã (Punica granatum) é um dos símbolos mais profundos e misteriosos da Arte Real. Na tradição hebraica, acredita-se que cada romã contenha 613 sementes, correspondendo às 613 mitzvot (mandamentos) da Torah. O Rei Salomão, em sua infinita sabedoria, ordenou que fossem esculpidas 200 romãs nos capitéis das colunas B.·. e J.·. do Templo Sagrado.
Na tradição hermética, a romã representa a perfeita união entre o múltiplo e o uno. Sua casca exterior (cortex) simboliza o véu de Isis que protege os Mistérios, enquanto suas câmaras internas (cellae) representam as diferentes câmaras iniciáticas do Templo Interior.
Cada semente (arilus) está envolta por uma membrana translúcida que contém o suco carmesim - símbolo do sangue vital que une todos os Irmãos em uma única corrente iniciática. Esta união é selada pelo sigilo maçônico (arcanum), representado pela película que mantém as sementes coesas.
Na mitologia grega, a romã está ligada ao mito de Perséfone e aos mistérios eleusinos - ciclos de morte e renascimento que todo iniciado deve experimentar. Os antigos egípcios a consideravam símbolo da ressurreição, sendo encontrada em tumbas faraônicas.
Quanto à disposição das sementes, estas formam uma estrutura geodésica natural - um exemplo da Geometria Sagrada manifestada na natureza. Cada semente ocupando seu lugar específico, mas todas contribuindo para a harmonia do conjunto, assim como cada Irmão tem seu papel único na Cadeia de União.
A cor vermelha do suco remete ao fogo transformador da iniciação e à energia vital (kundalini) que deve ser despertada no iniciado. As divisões internas da fruta correspondem aos diferentes graus e câmaras da iniciação maçônica.
Assim como a romã só revela seus tesouros quando aberta no momento apropriado, os mistérios maçônicos só se revelam ao iniciado quando este está devidamente preparado para recebê-los.
Ad Lucem Per Tenebras!
T.·.F.·.A.·.
Ir.·. Pedro Sumi.·.
Mes.·. Maç.·. e membro da ARLS Luz, Trabalho e Fraternidade, nº 77, Or.·. de Irecê - Bahia