A maçonaria, na acepção genérica da palavra, é uma arte fundada sobre os princípios da geometria, orientada para um objetivo nobre e elevado, qual seja o cultivo da inteligência e melhoramento moral da humanidade.
Os seus conhecimentos, em sua maior parte, acham-se velados por meio de alegorias e ilustrados por símbolos e de tal maneira que desvendados os seus arcanos mais secretos, revelam os princípios e máximas superiores da moral mais pura.
Desta Forma a Maçonaria teve sempre por essencial escopo, agremiar todos os homens de boa vontade que, convencidos da necessidade de render sincero culto à virtude, procuram os meios de propagar o que a doce e sã moral nos ensina.
Desta forma, o conjunto de quadros, adornos, alfajas, colunas, altares e emblemas representam alegoricamente o Templo de Salomão, simbolicamente representa o erguimento do templo da Virtude Humana o qual todo maçom busca erigir sobre sua vida. Neste intento devemos trabalhar com todo zelo e ardor, esforçando-nos por alcançar a perfeição.
Os obstáculos e dificuldades que encontramos nas viagens realizadas durante a iniciação anunciam que nada conseguiremos sem dificuldades e tropeços; contudo da mesma forma que conseguimos vencer os obstáculos da iniciação com esforço e perseverança, venceremos todos os estorvos, nos aproximando do ponto concêntrico, onde se acha colocado o princípio de toda a perfeição.
Como prêmio a perseverança o Venerável Mestre confere o grau de aprendiz, dando a conhecer a coluna B, que encontraste no setentrião, o qual representa o ponto de reunião de todos os aprendizes; as romãs que encimam o capitel dessa coluna e cujas inumeráveis sementes pudestes ver, designam claramente a fecundidade da natureza; sustentando essas romãs, encontra-se o globo; que quer dizer também que a maçonaria representada pela coluna, ampara as romãs que representa a humanidade e suas sementes, as quais, representam as famílias e estas reunidas formam o mundo.
Três são as colunas imóveis que sustentam todo edifício maçônico, significando as três poderosas forças da natureza: Sabedoria, Força e Beleza. As três luzes do Templo representam as perguntas que respondestes na Câmara de Reflexões que são a Divindade, a Natureza e o Homem. Três pancadas foram dadas na porta do templo para obtenção do acesso que significa: Buscai e dar se vos á.
Agora deve examinar e aprofundar os segredos da vida, e os mistérios arcanos vos serão desvendados, para tanto devemos iniciar o trabalho sobre a pedra bruta, sobre a qual, destes os três primeiros passos, sendo que nada atingirá antes de submeter a vontade e se despir das asperezas do mundo profano.
Certamente, deve ter observado no alto do templo, os dois astros que iluminam o planeta que habitamos; um com luz própria e o outro por ação reflexa, significando que o maçom jamais está mergulhado nas trevas, devendo sempre ter os olhos fixos no grande arquiteto do Universo.
Este é o seu guia e para Ele deve dirigir constantemente o olhar. Desde que a verdade de seus raios benéficos nos penetram, façamos de modo que as nossas almas, à semelhança do astro da noite, reflitam sobre nossos irmãos que ainda se conservam em trevas, uma grande quantidade dos raios luminosos que nós mesmos já recebemos.
Para tanto é mister que a amizade que nos una, que a igualdade representada pelo Nível, seja uma das grandes verdades ensinadas nos templos.
O compasso, que é o emblema da precisão e da exatidão, prescreve aos verdadeiros maçons com o círculo que traça, nada empreender que não seja justo, senão depois de ter refletido maduramente o seu projeto, examinando deste da superfície até o centro. A cadeia dentada que remata o quadro da loja, é o emblema dos vínculos que devem estreitar fortemente todos os maçons espalhados pela superfície da terra.
Examinai a perpendicular e aprenderes claramente que o ponto de sua origem indicará que tudo nos vem do Alto.
Eis ai a base de nossa Sublime Ordem, mas tudo restará sem efeito se não tivermos muita indulgência para com o próximo. Assim todos nós, fazendo uso do manto de pura solidariedade fraternal, ocultando os defeitos de nossos infelizes irmãos que deslustrem o recinto sagrado do templo, conseguiremos purificar desta forma, os nossos corações, a fim de que, quando chegar o dia da dissolução do homem mortal, possa o ser imortal desfazer-se, sem esforço, de seus despojos terrestres para unir-se, puro e sem mancha ao Grande Arquiteto do Universo.
Ir∴ Khalil Augusto Botelho Nogueira. Mes∴ Maç∴, Membro da Mahachoan, nº 79, do Or∴ de Camacã e da Academia Maçônica de Letras Ciência e Artes da Região Grapiúna (AMALCARG).