O COMPASSO – A Areópago Itabunense foi a primeira Loja a convidá-lo a fazer parte da Ordem Maçônica?

Vercil Rodrigues – Não. Fui convidado a primeira vez pelo então Ven.·. Mes.·. da A.·.R.·.L.·.S.·. Romã do Progresso nº 34, do Or.·. de Buerarema, o Ir.·.  Alfredo Oliveira Chaves hoje em um lugar chamado eternidade , que anos depois e já como membro da Loja Areópago Itabunense, fundou com um grupo de IIr.·. desta, a A.·.R.·.L.·.S.·. Acácia Grapiúna nº 95, do Or.·. de Itabuna, ritualisticamente do R.·.E.·.A.·.A.·. e jurisdicionada a Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB), mas naquela oportunidade, declinei ao convite por considerar que ainda não estava preparado para ser um maçom.

O COMPASSO – E quando se tornou um membro da Ordem Maçônica?

Vercil Rodrigues – Tendo como padrinho o ilustre e digníssimo Ir.•. Dr. José Carlos de Oliveira, um dos maiores estudiosos da Ordem na Bahia, fui convidado a fazer parte da Maçonaria no ano de 2011, tornando-me membro da A.·.R.·.L.·.S.·. Areópago Itabunense, do Or.·. de Itabuna, ritualisticamente do R.·. E.·. A.·. A.·., jurisdicionada a Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB).

Sim, eu disse digno Ir.·. José Carlos Oliveira, pois nem todos os que compõem as hostes maçônicas são dignos de serem chamados de IIr.·. e de compô-la, porque também na Maçonaria é válida a máxima aplicadas às demais instituições, a exemplo do Lions, Rotary, Igrejas, dentre outras: “As instituições são perfeitas, imperfeitas são as vezes as pessoas que as compõem”.

Voltando à sua pergunta, ou melhor, complementando a resposta, apesar de todo o processo admissional ter acontecido no venerelato do saudoso Ir.·. Eraldo Bussular, onde fui aprovado no dia 15/6/2011, por questões administrativas só fui iniciado na gestão do Ven.·. Mes.·. Cléber Moreira Lima, no dia 1/10/2011. E quanto à minha Elevação ao Grau de Companheiro esta ocorreu no dia 26/6/2014 e a Exaltação ao Grau de Mestre, no dia 27/8/2014, com isso fechando o ciclo chamado de Maçonaria Simbólica, que engloba os Graus Simbólicos 1 ao 3.

O COMPASSO – E quando o senhor foi iniciado nos Graus Filosóficos? E em que Grau está atualmente?

Vercil Rodrigues – Antes convém dizer que os Graus Filosóficos se dividem em a) Inefáveis/Lojas de Perfeição (Graus 4 a 14), b) Capitulares/Capítulos Rosa-Cruzes (Graus 15 ao 18), c) Filosóficos/Areópagos ou Conselhos de Kadosh (Graus 19 ao 30) e d) Administrativos/Consistórios de Príncipes do Real Segredo (Graus do 31 ao 33). Fui iniciado no Grau 4 (Mestre Secreto), no dia 22/12/2017 e atualmente estou no Grau 28 (Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto).

O COMPASSO – Antes mesmo de ser Maçom o senhor já noticiava os feitos da Ordem como jornalista-editor do jornal DIREITOS. Quando foi a primeira matéria da Maçonaria Grapiúna veiculada no citado veículo de comunicação?

Vercil Rodrigues – É verdade. No ano de 2010, precisamente na edição nº 18 (15/9 a 15/10/2010), Ano II, na página 1 do Caderno 2º, nas versões impressa e online do DIREITOS, entrevistamos o Grande Inspetor Litúrgico da 3ª Região Litúrgica da Bahia, o Mes.·. Maç.·. José Carlos Oliveira, que na oportunidade discorreu sobre os objetivos da Maçonaria, a não aceitação da mulheres em seus quadros e o lançamento da pedra fundamental do templo da A.·.R.·.L.·.S.·. Acácia Grapiúna nº 95, REAA/GLEB, terceira Loja a ser fundada no Or.·. de Itabuna, entrevista que inclusive compõe o livro “Jornal Direitos, 12 anos de História…Entrevistas” (Direitos Editora, 2020).

O COMPASSO – Como surgiu a ideia de lançar um veículo de comunicação genuinamente maçônico, que no caso é O Compasso, o jornal do Maçom da Bahia (impresso e online)?

Vercil Rodrigues – Quando recebi o convite do Ven.·. Mes.·. Alfredo Oliveira Chaves para ser um dos obreiros da Loja Romã do Progresso nº 34, do Or.•. de Buerarema, um dos motivos da recusa na época, foi por não querer ser só mais um Maçom, queria contribuir diretamente com o crescimento e engrandecimento da Ordem na Bahia, mas não sabia como.

E quando Iniciado na A.·.R.·.L.·.S.·. Areópago Itabunense, aproveitando a nossa experiência com o bem-sucedido jornal, revista e site DIREITOS, e após exaustiva pesquisa, concluímos que a Bahia não tinha nenhum veículo maçônico que englobasse e representasse ao mesmo tempo a irmandade maçônica do Estado, as Lojas, as potências e obediências, pois os poucos existentes, quando muito, representavam uma e/ou outra Loja e os demais só a uma potência e/ou obediência. Ou seja, não tinha no Estado da Bahia nenhum veículo de comunicação independente que representasse todas as Lojas, nos seus diversos ritos, potências e obediências, mais que especialmente representasse o Maçom baiano. Portanto, foi com esse pensamento que surgiu O COMPASSO, o jornal do Maçom da Bahia.

O COMPASSO – o senhor ainda era Aprendiz quando resolveu fundar O Compasso, não sofreu com isso críticas pela ousadia?

Vercil Rodrigues – Sim sofri, mas não vale a pena relembrar, mesmo porque elas foram elementos motivacionais – o combustível – para a realização de tal intento. Ah! E costumo sempre dizer “não se jogam pedras em árvores que não dê bons frutos”. E um desses críticos, com o passar dos anos, teve a humildade de reconhecer a qualidade e a importância de O Compasso para o engrandecimento da Maçonaria na Bahia.

Além disso, as críticas fizeram com que tomássemos maiores cuidados, pois foram a partir delas, por exemplo, que convidamos os IIr.•. José Carlos Oliveira/GLEB e Antônio da Silva Costa/GOB/GOEB, dois dos maiores estudiosos da Maçonaria do Brasil, para comporem o Conselho Editorial do jornal, e que muito nos ajudaram. No caso do Ir.•. José Carlos, continua nos orientando até hoje.

Em ato contínuo, comunicamos a vontade de fundar um jornal dessa natureza ao então Ven.·. Mes.·. Areópago Itabunense, o Ir.·. Cléber Moreira Lima, bem como enviamos uma prancha ao Ir.•. Itamar Assis Santos Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB), hipotecando o mesmo desejo. Além disso, intensificamos as pesquisas para definir um nome, marca, registro de ISSN e Código de barras e criação do site, chegando a Associação Brasileira de Imprensa Maçônica (ABIM), sediada na cidade Recife capital do Estado de Pernambuco, onde O Compasso, passou a ter o seu registro neste importante órgão maçônico.

O Compasso, portanto, é um jornal escrito por Maçons e para Maçons, tendo como proposta ser a opção de leitura-estudo e instrumento de aperfeiçoamento dos IIr.·. baianos, bem como espaço de congregação dessa Grande Família. Nessa linha editorial, buscamos ser um veículo informativo maçônico que aproxima todos IIr.·. do nosso estado, independente da Loja, da potência e da cidade onde ele se encontre, sempre respeitando os princípios da Ordem.

O COMPASSO – O jornal só existe na versão impressa?

Vercil Rodrigues – Não, O Compasso está também disponível na versão online. Desde a sua primeira edição, colocamos à disposição de nossos IIr.·. maçônicos todo o conteúdo do jornal impresso no sítio virtual www.jornalocompasso.com.br, onde mantemos todas as edições em pdf – desde a primeira –, pois entendemos ser necessário e imprescindível a democratização do saber e da informação, no caso em apreço, a maçônica, fazendo jus ao slogan “O jornal do Maçom da Bahia”. Com isso, cumprindo também uma de nossas metas: “O Compasso, jornalismo maçônico com qualidade”.
            Convém dizer ainda que quando do aniversário de 8 anos do jornal, entregamos à comunidade maçônica um novo site – novo endereço, layout mais moderno, fácil acesso e em todas as plataformas digitais.  Além disso, o site www.jornalocompasso.com.br ganhou vida própria e independência em relação ao impresso, ou seja, o impresso e o online agora são independentes e harmônicos entre si, onde este último é retroalimentado de informações maçônicas (regional, estadual, nacional e até internacional) de qualidades a cada 24/48 horas, tendo com isso a certeza de que eles (os conteúdos) irão diretamente contribuir para o crescimento da Maçonaria na Bahia.

Os IIr.·. de ideais maçônicos encontram nas páginas do nosso jornal, seja impresso e/ou online, motivos de orgulho e força para que juntos possamos continuar nossa árdua missão de “erguemos templos à virtude, cavando masmorras ao vício”, respeitando crenças religiosas, convicções políticas e demais princípios individuais ou coletivos.

O COMPASSO – Suas considerações finais.

Vercil Rodrigues – Queremos agradecer a todos os IIr.·. empresários que acreditaram nesse projeto e estão anunciando conosco. Estendemos agradecimentos especiais ao Ir.·. José Carlos Oliveira, Inspetor Litúrgico para o Estado da Bahia, representando o Conselho Supremo do Grau 33 do R.·. E.·. A.·. A.·.para a República Federativa do Brasil, que desde o primeiro momento abraçou a ideia e se colocou à disposição da construção do primeiro Jornal Maçônico do Norte-Nordeste neste formato e proposta, bem como aceitou em dividir conosco todos os conhecimentos que adquiriu ao longo de décadas de estudos maçônicos, participando do Conselho Editorial do site e do jornal impresso O Compasso. Aproveitamos também o ensejo para colocarmos à disposição dos IIr.·., dos Vven.·. MMes.·. das Lojas, potencias e obediências as páginas do nosso veículo de comunicação para que possam publicarem suas matérias, eventos, artigos, enfim tudo que envolva a Ordem Maçônica.

VERCIL RODRIGUES

Mestre Maçom. Jornalista-fundador do site www.jornalocompasso.com.br e de O Compasso, o jornal do Maçom da Bahia