“Educação Maçônica”, sem sombras de dúvidas, está entre os assuntos mais tratados em nossa Ordem, instrua-se, modele-se, construa-se, lapide-se, cinzele a pedra bruta, estude etc.; nestes anos que milito como obreiro da Arte Real foi o argumento que mais articulado foi ao meu redor, sobretudo, pelo ir.·. Orador.

O assento do Orador deve ser ocupado, não por menos, sempre, por um Ir.·. experiente e com um perfil que represente as lições que a maçonaria, durante séculos, vem repetindo em seus rituais e que ele com advertências feitas em modo oculto, sinceras, razoáveis, tenha o condão moral de cobrar dos demais obreiros que construam em seu interior um comportamento tolerante, misericordioso, honesto e verdadeiro; que seja o maçom um Homem adequado à Maçonaria e a sociedade que o abraça, filosoficamente alimentando o seu espírito afim de que este se sobreponha a matéria.

Eu mesmo, já há muito tempo, uso dessa prerrogativa de fala, que possui o Or.·., para, frequentemente, com sinceridade, expressão, criar argumentação suficiente para sintetizar as lições de nossos rituais e levar aos iir.·. um sumário do tema sobre o do que nossos rituais tentam nos dizer e treinar.

Os Altos Corpos me emprestaram experiencia e facilidade para sintetizar instruções sem que eu me visse atirado a vala comum daqueles cansativos discursos que se repetem sessões após sessões, mais chateando do que instruindo.

Anos como Orador em Loja de Perfeição, Capítulo Rosa Cruz, Kadosh e agora Consistório, me fizeram perceber que apesar de ter eu belos e empolgantes discursos, criar frases de efeito, resumir e aplicar exatamente o que está escrito ali nos rituais, impressionando os Obreiros presentes, percebo, sinceramente, que apenas recito palavras que empolgam e as vezes divertem, mas que verdadeiramente pouco ou nada educa; sou bom com as palavras, mas pouco preciso, na verdade sofremos todos de falta de educação maçônica, chegamos ao Altos Corpos sem nada saber, nada estudar, nada entender. É como se chegar à Universidade sem saber ler nem escrever.

Educação maçônica nada tem a haver, como muitos pensam, do conhecer da história de sua própria Loja, do saber sobre feitos de um determinado e famoso maçom do passado, nada com o eterno repetir de nossos rituais, com o saber discorrer sobre toda a história dessa nossa Fraternidade; educação maçônica tem tudo a ver, na verdade, com a filosofia existente e encrustada neste todo arcabouço de conhecimento que se deveras não percebido, não ensinado, não estudado e ou não apreendido e entendido, nenhum autoaperfeiçoamento será alcançado.

Hoje assistimos, eu assisto, com pesar, uma correria desembestada pela conquista de graus maçônicos, obreiros que de Aprendiz ao 33° sequer se dignificam a ajudar, na sua subida, os irmãos que lhes seguem, indivíduos que colam seus graus e nesta caminhada entram em nossos Templos apenas para a sua aquisição pessoal não se importando com os que lhe conferem tais graus nem muito menos com aqueles a quem ele poderia ajudar na conquista dos seus; Sequer se dão o dever de ler seus rituais. Pior, chego à conclusão que a maioria de nossos IIr.·.não desejam possuir tal educação maçônica como também, por outro lado, acreditam dela não necessitar para nada, pois que nada lhes é cobrado conhecer nem muito menos ensinar.

Repetimos apenas como matracas: estudem seus rituais, leiam nas entrelinhas, conheçam o melhor da filosofia humana, pesquisem; mas tudo não passa de um constante malhar a ferro frio, ouvidos moucos tentam nos auscultar.

Pedimos incessantemente para que todos entendam que o propósito de nos reunirmos aqui é o de buscarmos a revelação da divindade em cada um de nós, para liberarmos n’alma a química necessária para que a luz divina nos confira perceber poderes espirituais que permitam ao “Homem” vencer suas próprias tentações e fazer crescer em si a força moral, a retidão de caráter e acima de tudo a generosidade e o amor de que necessitarão para a viver uma vida eterna.

A maçonaria possui diversos segredos que é revelado ao obreiro a conta gotas, grau a grau; ao fervoroso, ao tenaz, ao que busca o conhecimento, tranquilamente, mais cedo ou mais tarde, se encontrará com a sabedoria que lhe ensinará como alcançar a imortalidade.

Não que eu tenha alcançado tal estágio, estou em ebulição, num amarroar constante, mas existe em mim um desejo, verdadeiro, de só alimentar o lobo que me mostrará o caminho da luz que tanto desejo encontrar.

Filosofia*¹-², ao pé da letra, é amor pela sabedoria, é fuga da ignorância.

Ir.·. Leonardo Garcia Diniz

A.·. R.·. L.·. S.·. Amparo e União 260 – Or.·.  de Ilhéus - BA


  1. FILOSOFIA

amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância [segundo autores clássicos, sentido original do termo, atribuído ao filósofo grego Pitágoras (sVI a.C.).].

2.

FILOSOFIA

no platonismo, investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassando a opinião irrefletida do senso comum que se mantém cativa da realidade empírica e das aparências sensíveis.