Todos nós nos relacionamos com pessoas e, por vezes, essas relações não são bem-sucedidas, o que nos leva à necessidade constante de reconciliação. A reconciliação oferece a chance de um novo entendimento com quem nos magoou. O perdão, por sua vez, é verdadeiramente libertador. Quando optamos por perdoar alguém, estamos nos libertando da energia negativa que permanece em nós devido ao dano causado por essa pessoa. Negar o perdão é permitir que o poder negativo do outro continue a nos afetar, enquanto perdoar nos liberta desse jugo. Recusar o perdão é, de certa forma, manter viva a mágoa e a maldade resultantes quando alguém nos fere.

Se não perdoarmos, continuamos atados àquela pessoa, permitindo que ela mantenha poder sobre nós. O perdão é a maneira de soltar essas amarras, de entregar a ferida ao outro e seguir adiante, livrando-nos do ciclo interminável de dor. O perdão é parte essencial da purificação da alma e, embora possa exigir um longo e doloroso processo, é sempre possível. A vida é um processo contínuo, e assim é o perdão. Às vezes, reconciliar-se significa manter uma distância saudável daqueles que nos machucaram, para evitar que a ferida se abra novamente. Assim, o perdão se torna uma realidade interna, uma libertação pessoal que nos permite seguir em frente sem o peso do ressentimento.

Padre Ezequiel Dal Pozzo