Meus caríssimos IIr.·. mais uma história na qual dizem que a Maçonaria teve grande participação, a Inconfidência Mineira; muitos escritores dizem que a Inconfidência foi planejada e dirigida pela Maçonaria com Tiradentes e outros conjurados sendo membros ou influenciados pela Ordem Maçônica; já outros dizem que a influência maçônica é uma interpretação exagerada ou mesmo uma falsidade, destacando que a Inconfidência ocorreu antes do estabelecimento oficial da Maçonaria no Brasil.
Outros escritores dizem que a Maçonaria por já existir em Portugal e outros países da Europa, pode ter influenciado a disseminação de ideais revolucionárias na Inconfidência, como a Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Também há relatos de que Tiradentes e outros conjurados eram membros da Maçonaria, e que a ordem teria desempenhado um papel importante na organização e planejamento do movimento. Mas, sabemos que a Maçonaria não tinha uma presença significativa no Brasil na época da Inconfidência, um vez que, a primeira Loja Maçônica oficial do Brasil foi a Areópago, também conhecida como Areópago de Itambé, fundada em 1796 em Itambé, Estado do Pernambuco por Manuel Arruda da Câmara, um ex-frade Carmelita que havia sido educado na França; embora a maçonaria tenha começado a se estabelecer no Brasil com a Loja Cavaleiros da Luz na Bahia em 1797, quatro anos após a descoberta da Inconfidência. Além disso, a Maçonaria era considerada uma organização clandestina no Brasil o que dificultava sua atuação na Inconfidência.
As histórias contam sobre as possibilidades de que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, poderia ter sido um maçom e que a maçonaria teria influenciado a revolta. Tiradentes foi um homem de origem humilde, executando diversas profissões. A mais famosa delas foi a de dentista amador, mas depois passou a ocupar um dos cargos mais simples do Império, o de alferes (patente de oficial abaixo de tenente, que no Brasil, foi substituída pela patente de segundo-tenente); apesar da humildade e pouca instrução, Tiradentes era um republicano convicto e também um simpatizante dos ideais iluministas.
A Inconfidência Mineira foi marcada pela revolta de burgueses de Minas Gerais contra a alta taxação de impostos do governo português, que buscava pagar a dívida que a colônia tinha com o país europeu. A ideia inicial dos inconfidentes era assassinar o governador Visconde de Barbacena, nomeado pela Coroa Portuguesa, e aplicar o republicanismo na Capitania de Minas Gerais. Como Tiradentes apoiava as ideias e teria sido muito prejudicado pelos impostos, era um dos principais apoiadores da revolta.
Porém, a revolta nem chegou a acontecer, um homem chamado Joaquim Silvério dos Reis (que dizem que era maçom), entregou todos os planos e movimentos da revolta para a monarquia portuguesa, tendo assim todas suas dívidas quitadas. Visconde de Barbacena mandou prender os inconfidentes e, depois de um longo período de interrogações e investigações, a sentença era de pena de morte.
A Rainha Maria I interveio e perdoou todos os inconfidentes, exceto Tiradentes, morto por ser pobre e não participar da elite. Não obtendo nenhuma influência com a Coroa e sem negar as participações com a revolta, foi considerado perigoso para a Coroa e com a pena mantida. Tiradentes foi preso em 1789 e executado em 1792, seguiu esquecido até a Proclamação da República em 1889, quando os republicanos queriam exaltar figuras republicanas e fizeram dele um herói, mesmo tanto tempo após sua morte; mártir, Tiradentes ganhou obras e imagens muito parecidas com a de Jesus Cristo.

As hipóteses de que ele viria a ser um maçom começaram em 1861 porque o político e futuro grão-mestre da maçonaria Saldanha Marinho decidiu fazer uma estátua de Tiradentes na cidade mineira de Vila Rica (hoje Ouro Preto). Em seguida, Dom Pedro II mandou fazer uma estátua de Tiradentes na Praça do Rossio no Rio de Janeiro, já que fora executado naquela região, hoje Praça Tiradentes. Mas na realidade o Sr. Joaquim José da Silva Xavier nunca foi iniciado nas fileiras da Maçonaria e segundo alguns historiadores não existe qualquer documento que prove que ele ingressou em Lojas Maçônicas da época uma vez que a Maçonaria organizada veio com a criação do Grande Oriente do Brasil no ano de 1822 então, não existindo Maçonaria no Brasil; até poderia existir Lojas Maçônicas mas não tem nenhum documento que comprove isso; também, não consta nenhum documento que ele teria viajado para Europa e nenhum registro que ele tenha ido para os Estados de Pernambuco e Bahia. Joaquim José da Silva Xavier TIRADENTES nasceu numa fazenda do Pombal entre São José (hoje Tiradentes) e São João Del Rei, Minas Gerais. O jovem Tiradentes não fez estudos regulares, aprendendo as primeiras letras com seu irmão Domingos; órfão aos 11 anos, ganhou o mundo, foi mascate, minerador, comerciante e dentista prático, ingressou na vida militar e pertenceu ao regimento de Dragões de Minas Gerais o que lhe permitiu conhecer todo o Território da Capitania e já no posto de Alferes como comandante de patrulhas, mostrou-se sempre um bravo e destemido soldado,
Sem duvida a Inconfidência Mineira foi a grande ponta pé para o inicio das lutas para a Independência do Brasil onde naquela época muito se falava e nada se escrevia, onde teve a sua origem no movimento iniciado no arraial do Tijuco, hoje a Cidade de Diamantina e que rapidamente se alastrou em todo território brasileiro e alcançando seu ponto alto em Vila Rica, hoje a Cidade de Ouro Preto, que na época era a sede da Capitania de Minas Gerais.
Foi um movimento com ideias importadas da França, onde alguns jovens brasileiros completavam seus estudos, principalmente na universidade de Montpellier, onde tinham o primeiro contato com a Maçonaria. Nas centenas de Lojas em território francês, era pregado a Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nessas Lojas planejou-se a Revolução Francesa e discutiu-se amplamente a libertação dos mineiros e do Brasil. E, na formação desse movimento é imprescindível citar a liderança de maçons, tais como: Álvares Maciel, Domingos Vidal Barbosa, José Joaquim da Maia, e José Álvares Maciel, maçom iniciado na Europa, que foi considerado o grande intelectual da Inconfidência Mineira.
Tiradentes foi preso no Rio de Janeiro em 10 de maio de 1.789 enquanto que em Minas Gerais, eram feitas prisões de todos os envolvidos no movimento. Iniciaram-se os trabalhos da devassa, que se arrastariam por longos anos e enquanto os demais integrantes da inconfidência mineira também presos, tratavam se defender, muitos até mesmo negando responsabilidades com o movimento, Tiradentes às assumia integralmente, com silenciosa e serena bravura sem delatar ou revelar nomes dos seus amigos de causa. Finalmente a 18/04/1792, foi prolatada a primeira sentença, condenando a morte por enforcamento a Tiradentes e mais 10 integrantes do movimento. No dia seguinte, ou seja, em 19/04/1.792 na cadeia publica, foi lida a sentença que o declarava único culpado e, Tiradentes ouviu tudo sem comentar a sua condenação.
Após a leitura da sentença foi tornada pública a Carta-Régia, conservada em sigilo, segundo a qual D. Maria l deferia ao tribunal o poder de comutar a pena capital pela pena de degredo e por nova sentença de 20/04/1792, entenderiam os juízes que só não deveria ser poupado o “infame réu” Joaquim José da Silva Xavier, considerado “indigno da real piedade”. A 21 de abril de 1792, com o aparato de costume naquela época, executou-se a absurda sentença; Tiradentes caminhou para o sacrifício em silencio sem alterar o semblante do seu rosto. Foi enforcado e depois de morto, teve a cabeça cortada e levada a Vila Rica, onde em local mais concorrido, foi colocada sobre um poste, seu corpo esquartejado foi espalhado pelos caminhos de Minas, declarados infames seus filhos e seus netos, a casa em que vivia em Vila Rica foi totalmente arrasada e na qual foi semeado sal, para que nunca mais se edificasse em seu solo, tudo em cumprimento a terrível condenação que lhe foi imposta. Tiradentes, foi o primeiro Mártir brasileiro conhecido a dar sua vida pela causa da liberdade do seu país.
Fraternalmente,
Ir .·. Ernande Costa Macedo
Mes.·. Maç.·. grau 33 e secretário da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes da Região Grapiúna (A.·.M.·.A.·.L.·.C.·.A.·.R.·.G.·.),