A sessão desta terça-feira (2), na Câmara Municipal de Itabuna, foi marcada por debates firmes sobre dois temas sensíveis: a violência contra a mulher e as discussões que voltam a surgir sobre a possível venda ou transferência de gestão da Emasa.

A vereadora Wilma de Oliveira (PCdoB) voltou a chamar atenção para o avanço dos casos de feminicídio no país. Em tom de alerta e convocação, ela destacou que o enfrentamento à violência não pode ser responsabilidade exclusiva das mulheres. “Não podemos aceitar que, a cada 15 minutos, ocorra uma tentativa de feminicídio e que, a cada quatro minutos, uma mulher seja morta. Essa luta precisa da participação dos homens”, enfatizou a parlamentar.

O vereador Ronaldão (Republicanos) reforçou a necessidade de que agressões sejam denunciadas e criticou o comportamento de agressores que, após episódios de violência, tentam naturalizar a situação. “Tem muito valentão que agride mulher sob efeito de bebida e drogas, mas no outro dia finge que está tudo em paz. Enquanto as mulheres não fizerem o boletim de ocorrência, continua parecendo que está tudo bem”, afirmou.

Debate sobre a Emasa

Outro ponto de discussão foi a especulação sobre a possível venda, concessão ou transferência de gestão da Emasa (Empresa Municipal de Águas e Saneamento). O vereador Babá Cearense (PP) foi direto ao esclarecer que nenhum projeto com esse teor chegou ao Legislativo.

“Não posso responder por algo que não chegou à Casa. Quando chegar, vamos discutir, realizar audiência pública. Nada será feito sem passar pela Câmara”, garantiu o parlamentar, reforçando o papel institucional da Casa.

O presidente da Câmara, Manoel Porfirio (PT), destacou o compromisso dele e dos colegas com a cidade. Garantiu que ‘nenhuma decisão sobre a Emasa será tomada sem o parecer do Legislativo’.

Os vereadores também voltaram a comentar o aumento da taxa de esgoto para 70%, imposto por decisão judicial retroativa a 2017. Eles lamentaram a cobrança de um percentual superior ao efetivamente ofertado à população. “O tratamento de esgoto não chega a 60%. Como pagar por 70%?”, questionaram, destacando a necessidade de transparência e justiça no serviço.

A sessão reforçou o compromisso do Legislativo itabunense com a fiscalização, o debate público e a defesa dos direitos da população.