A Câmara de Itabuna aprovou, em duas votações, o reconhecimento aos povos e comunidades tradicionais de terreiros como Patrimônio Artístico e Cultural Imaterial do município. O projeto, assinado pelo vereador Manoel Porfírio (PT), tramitou sob relatoria dos colegas edis Cosme Resolve (PSDB) e Nem Bahia (PP).

Ao defender a aprovação da matéria, o autor argumentou sobre o olhar enviesado da sociedade diante das religiões de matriz africana – incluindo Candomblé e Umbanda. Daí, frisou a importância do respeito àqueles segmentos, cuja origem remonta aos 300 anos de escravização dos africanos pelos colonizadores portugueses. “O povo de santo sofre preconceito”, assinalou Porfírio.

Vale lembrar que o Estado brasileiro é laico, o que garante a liberdade de todos (as) professarem a fé e a religião com que mais se identificam. Legalmente, tal condição vai de encontro aos corriqueiros atos de violência tendo terreiros como alvo – uma forma de opressão à autonomia de crença acima mencionada.

A aprovação definitiva da matéria em questão ocorreu na sessão desta quarta-feira (26). Foi a última deste primeiro período. Agora, inicia-se o recesso parlamentar.