Após ser iniciado, passamos pela fase de integração com a loja, seja com o ritual, seja com os irmãos, ou mesmo com o aprendizado diário que que nos deparamos sem percebermos.
O primeiro desses aprendizados se dá com a desmistificação dos muitos mitos relacionados à Maçonaria, uma vez que consumimos um vasto conteúdo sobre a ordem, que também nos traz como consequência o contato com a linguagem simbólica que vai estar presente por toda a nossa caminhada maçônica.
Esses símbolos e seus significados são passados pelos Irmãos, quer seja em Loja ou em conversas informais, dando àquele que recebe o conhecimento, a oportunidade de tirar suas dúvidas e assimilar novos conhecimentos.
No entanto, é importante ressaltar que, o Irmão nunca deve se ater somente naquilo que lhe é dito, buscando assim, sempre estudar, desenvolver opinião e debater com os outros Irmãos, formando assim, um aprendizado proveitoso e eficaz, visto que o Maçom, está em constante evolução e que o conceito das coisas, pode não ser uno ou imutável.
Cada ensinamento tem uma finalidade moral e filosófica, que por si só leva o maçom a praticar a arte de pensar.
Logo em sua primeira instrução, são apresentados ao aprendiz três instrumentos que servirão para o trabalho na Pedra Bruta, quais sejam: A Régua de 24 polegadas, o Maço e o Cinzel.
A Régua de 24 polegadas, que não por acaso, coincidem com a quantidade de horas de um dia, serve para traçar um caminho retilíneo desde o início da jornada, mas sempre lembrando que durante o dia devemos reservar espaço para, além do trabalho, o lazer, a espiritualidade, o conhecimento e para o descanso físico e mental.
O Maço e o Cinzel, usados em conjunto, ajudam o maçom a desbastar a pedra bruta de seu caráter, tirando as arestas e dando forma àquela que virá a se tornar a pedra polida, permitindo que o maçom evolua a cada dia, usando todo o conhecimento adquirido com inteligência e sabedoria.
Outro ensinamento que vemos todos os dias e muitas vezes passa desapercebido, seja do Aprendiz, do Companheiro e até mesmo do Mestre, é a simbologia do pavimento mosaico, que traz à tona a dualidade das coisas.
O Pavimento Mosaico seria a contrapartida da Abobada Celeste, representando assim, o plano terrestre e é composto por ladrilhos quadrados, pretos e brancos.
A importância de serem quadrados, é que, por representar a perfeição do mundo terrestre, o pavimento mosaico possui elementos que devem se encaixar perfeitamente, simbolizando a matéria, o espaço e a geometria.
Não sendo o único ensinamento, a dualidade está incrustada na simbologia do Pavimento Mosaico, que ao ser construído com quadrados brancos e pretos, representa exatamente o que acontece diariamente em nossas vidas e não percebemos. Explico.
Os ladrilhos pretos podem representar tudo aquilo que é negativo como a noite, o caos, sombra, morte, enquanto os ladrilhos brancos podem representar tudo que é positivo como o dia, a ordem, luz, vida.
Olhando mais atentamente para esses significados, podemos ver que um não existe sem o outro, como a sombra e a luz, o caos e a ordem, nos permitindo aprender que não devemos julgar algo simplesmente bom ou ruim, mas que tudo ao nosso redor é necessário e paradoxalmente, quando aceitamos a dualidade das coisas, passamos a ver tudo ao nosso redor como realmente é, uma unidade.
O Maçom sempre deve ter curiosidade sobre tudo que está a sua volta, como o significado dos símbolos, a linguagem usada e os ensinamentos ocultos, mas essa curiosidade deve ser comedida, uma vez que deve aprender a essência de cada ensinamento, dominando o conhecimento que lhe foi oferecido, pois tornar-se um Maçom, significa estar pronto para assumir responsabilidades que permearão toda a sua vida.
Fraternalmente,
Ir.·. Bruno Leandro de Macedo
Mes.·. Maç.·. e Orador da A.·.R.·.L.·.S.·. Mahachoan nº 79 – Or.·. Camacã - BA