Tenhamos o cuidado em não perder o nosso entusiasmo. Ponhamos a nossa glória em alguma coisa, e prodigalizemos a nossa admiração em tudo que possa enriquecer e embelezar a nossa vida.

Philipe Brook

A sexta-feira foi o dia da semana em que Jesus Cristo morreu, conforme nos evidenciam os Evangelhos considerados oficiais pela Igreja Católica. Em face disso, para o cristão, este dia marca a lembrança do sofrimento e morte de Jesus na Cruz por nós.   

Neste dia, os fiéis realizam a chamada via-sacra, que é uma procissão voltada para a reflexão do passo a passo de Jesus em direção ao calvário. Na volta à igreja, é feita a celebração. Esse é o único dia do Calendário Católico em que não há missa no mundo, segundo orientação da Santa Sé (Vaticano). A comunhão é feita com as hóstias separadas no dia anterior, pois não pode ser feita a sua consagração. Ela termina com a cerimônia de beijar a cruz, lembrada, não como instrumento de sofrimento, mas como possibilidade de vencê-lo.

Conforme nos narram os Evangelhos, essa sexta-feira era a véspera da maior festa judaica – a Páscoa (que, de acordo com fontes histórico-teológicas, Santo Agostinho chamava de festa-mãe) – que celebrava a saída dos judeus do Egito, onde eram tratados como escravos.

A celebração era chamada Pesah, que significa passagem, também marcada por rituais em relação à comida. As famílias deveriam estar reunidas para a ceia e o trabalho era encerrado já no pôr-do-sol da sexta-feira.

Comia-se um cordeiro, acompanhado de pão sem fermento. Por esse motivo, uma das passagens centrais da narrativa da paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, é a celebração da chamada Santa Ceia. Jesus antecipa, com os seus discípulos mais chegados – os 12 – a celebração da Páscoa. Nela, ainda, foi instituído um dos mais importantes sacramentos da fé Católica: a eucaristia.

Ela é a crença de que pão e vinho tornam o corpo de Cristo por meio da intercessão do sacerdote. Por isso, a consagração destes alimentos é o ponto alto das missas.

Para o Cristianismo, o dia da Páscoa torna-se o domingo. É na madrugada deste que, segundo os Evangelhos, o túmulo onde Jesus tinha sido sepultado é encontrado vazio. Neste episódio está o centro de toda a fé cristã. 

E que no silêncio desse importante dia do calendário cristão, possamos refletir melhor sobre a paixão e morte de Cristo e avaliarmos como tem sido nossa prática cristã.

Vercil Rodrigues

Jornalista – MTB/Fenaj 5.861 e fundador do Grupo Direitos (jornais impressos e online DIREITOS e O COMPASSO e Editora Direitos)