Olhando para minha infância, quando ainda bem jovem, nos braços de meus pais, era eu um frequentador da Loja Independência e Luz, Oriente de Volta Redonda, filiada ao Grande Oriente do Brasil, R.·.E.·.A.·.A.·.; já naquela época, me considerava um maçom aguerrido, pois que aos domingos, sempre pela manhã, inevitavelmente, estava entre meus tios em churrascos, célebres, feitos para os irmãos da Loja e suas famílias.

Corriam os anos tidos como “Anos de Chumbo”, “Ditadura Militar”; que mentira!,.. eu com 12 / 13 anos, viviam os anos 1967 / 1968, já entendia serem estes anos de “Governo Militar” necessários ao País para se evitar fosse aqui, em terras Brasileiras, implantado uma “ditadura pelo proletariado”, pelo menos, estando entre meus Tios, era o que escutava, ouvia, em suas longas conversas sobre o assunto.

Eu os invejava!,... homens enormes, com seus ternos pretos, criaturas sisudas, mal-encaradas, mas possuíam uma humanidade intensa, um coração desmedido e uma propensão para se ajudarem, entre si, descomunal; possuíam princípios que hoje entendo serem relevantes para o futuro (sempre o futuro); o principal era a moralidade, sentimento que fortalece a Fé, Esperança e Caridade, Moral que apoiada pelos três maiores pilares da maçonaria, sabedoria, força e beleza.

Os princípios sobre os quais a Maçonaria é alicerçada são nobres e estamos todos nós bem familiarizados com eles, porém, “infelizmente”, estar familiarizado não significa que esta nossa atual geração esteja disposta a praticá-los literalmente, pois o amor fraternal, amparo e verdade me parece não ser tão importante hoje em dia quanto era lá no princípio da Maçonaria bem antes do século XVIII, quando as primeiras leis morais foram desenvolvidas para a proteção tanto de nossa Associação quanto da sociedade no geral.

As circunstâncias desse nosso mundo moderno, altamente cibernetizado, propenso a conceitos idiotizados e a fake News, tem nos empurrados ladeira abaixo, originando novos conceitos morais que abalam a sociedade como um todo; divorcio, aborto, direitos humanos, eutanásia, medicina, religiosos e outros nos arrastam diretos na direção de dilemas que a sociedade tem de conviver e ao mesmo tempo corrigir-se do errado, usando apenas suas consciências para diferenciar o certo do errado. Chegaremos a este ponto?

A maçonaria ainda nos mantem circunscrito no “ponto dentro do círculo”, onde o erro, materialmente, inexiste.

 A Ordem nos empresta, indubitavelmente, o direito de usarmos os nossos próprios princípios, nossa crença em DEUS, iluminando-os dentro desse ponto, inserido neste círculo, que nada mais é que a nossa própria consciência humana voltada para o livro da lei.

O amor fraternal é o que há de mais intenso e eficaz para a união dos irmãos uns aos outros, pois que somos nós, por vontade própria, que nos obrigamos a exercê-lo, tornamo-lo na maior obrigação de um maçom para com seu irmão. Com base nisso nos unimos, independentemente de nossos países de origem, credo, opiniões e assim cimentamos, continuamente, a “amizade”.

O amparo aos necessitados pressupõe que qualquer homem, quaisquer um de nós, temporariamente ou não (caso de doenças), pode estar à mercê de uma mão amiga e protetora; amparar os abatidos, solidarizar-se com eles em seus infortúnios (fome, doença, loucura, abandono, calamidades), compadecer-se de suas misérias são objetivos indiscutíveis e primários para quem se diz ser um homem crente aos desígnios estipulados por G.·.A.·.D.·.U.·..

A verdade é a coluna vertebral de nossa Fraternidade, sem ela sua estrutura viria ao chão em segundos, pode a verdade assumir várias formas, entretanto estará sempre ligada ao conceito de benevolência, que eterna, absoluta e imutável; a verdade estará ininterruptamente cimentada em fatos e realidades, ela jamais se voltará a esquerda que falsa e errônea. A verdade é considerada um atributo divino, fundamento de toda a virtude. Aqui, a verdade, estará sempre a serviço do bem-estar e prosperidade do próximo.

Fui uma criança treinada a conceituar e reconhecer o Amor Fraternal, o Amparo nas suas diversas formas (econômico e social) e, para mais além, a Verdade. Quando por pirraça, manhas ou caprichos, desconhecia tais valores, montado a cavalo, vinha uma resposta em forma de punição, críticas e ao mesmo tempo exemplos; por outro lado vinha, em contrapartida, recompensas, reconhecimento e encorajamento.

A marca que estampada pelos Filhos da Viúva na história, foi pintada por os nossos irmãos lá no passado e atualmente ainda suas cores fortes estão vivas na alma do homem.

Eureka!,... diria Arquimedes. Descobri o meu guarda chuvas!

A proteção que eu sempre me permiti sentir vem da Maçonaria, sem sombras de dúvidas, deriva do sentimento mor que habita no inteiro teor da palavra acolhimento, daquele auxílio prestado, daquela proteção que cedida as nossas famílias; um MAÇOM está sempre lá!,... protegendo!,... protetor!

Ir .·.Leonardo Garcia Diniz.

Mes Maç, Grau 33, Membro das AA.·.R.·.L.·.S.·. Vigilância e Resistência n° 70 e Amparo e União 260, Or.·. de Ilhéus (BA)