Covarde sei que me podem chamar… porque não calo no peito essa dor…
(Ataulfo Alves).

Não existem iguais na natureza humana, tentamos nos fazer ser, somos, na verdade, todos diferentes, administramos tais diferença e coexistimos, para tanto a humanidade foi, aos poucos, criando regras de convívio para melhor nos entendermos e poder aceitar as dispares atitudes alheias, dentro de determinado parâmetro; regras que nos mesmos criamos.

Quando violamos as leis humanas de convívio social, normalmente, regrados por padrões Pré estabelecidos de comportamento legal ou social, acabamos por humilhar, ferir, afrontar o próximo, as vezes uma comunidade e ou até um País.

 Nossas regras comportamentais sugerem que o agressor pode, querendo, se redimir; afinal, perdão foi feito pra gente pedir.

Se somos diferentes pedir ou emprestar o perdão sempre será desigual, dependendo, claro, da forma e de que lado se está posicionado no tabuleiro (ofensor ou ofendido). Entretanto, estando de um lado ou de outro, sempre tal ação, o passo, será entendido como uma razoável intenção de se afastar o ressentimento e, pior, o incompreendido e a raiva.

Quando precisamos pedir ou emprestar perdão a alguém não significa que esquecemos ofensas lançadas ou recebidas, também não significa desculpar o mal que alguém lhe causou, menos ainda que o causador da ofensa tenha, lá com ele, o dever de se refazer desculpando-se rumo as pazes; perdoar traz quietação para o sentimento de dor, de vergonha e de inferioridade, deixa que as duas partes envolvidas possam, então, concentrarem em si mesmos o poder de envernizar o semblante, desenrugando testas e seguir com a vida.

 Muitas das vezes o ofensor acredita que sua ofensa lhe deu poder de domínio sobre o ofendido, até porque, um ato que ofende, magoa, retrai o oponente que se obriga a se afastar para lamber suas feridas. Se afastar da dor é sempre o primeiro passo a ser dado. Pois o confronto apenas acirra ânimos e aumenta a dor.

Quando o ofensor é uma pessoa muito próxima, um irmão, alguém que se quer amar, pessoa em quem se muito confia isso causa extremada indignação, tristeza, raiva e muita confusão no centro existencial do ofendido. Muita calma nessa hora precisa-se, sem o devido respeito e tranquilidade a amargura, o sentimento de injustiça e raiva, poderá engolir o que oprimido e ele jamais conseguirá vencer a maré, queda expulso, por si mesmo, no esquecimento.

Eu, estou gestando um curso de longa duração, travo uma luta interior, faço um retiro solitário, sigo em via crucis paços de penitência, fui ao inferno, volto, busco a Deus e peço consolo, consolo-me com São João Batista, estou decapitado, um zunzunzum vibra em meus tímpanos; perdoo, não perdoo, perdoo não perdoo, vingança, vingança, vingança, perdão, perdão, perdão; irmãos me consolam, ajusto-me com conselhos. Viajo ao meu interior.

Perdoo?,... Não sei!,... perguntarei ao tempo!

A única coisa que sei, sinto, entendo, é que perdoar a quem não admite seu erro é tarefa de muita reflexão, muita resignação, sei que o perdão cura tanto o espiritual quanto o emocional, perdão é ferramenta que não cura o perdoado, pois nem sempre o grosseiro entende, mas remédio é, me parece o único elixir que alivia a alma de quem se permite dar tal bênção.

Busco das razões que levam um irmão agredir o outro, o que está lhe faltando, como deve estar se saindo em seu trabalho, será está feliz dentro seu grupo social, como estará sua relação familiar?,... tem bipolaridade?,... talvez precise de ajuda psicológica, econômica e ou espiritual, quem sabe uma visita do irmão hospitaleiro possa o ajudar e permitir ele seja abraçado?

O avesso da vida, assim caminha a humanidade, o sol nasce para todos e tantos muitos outros ditados populares, impopulares, me movem a escrever sobre meus sentimentos, vivência e comportamento; que certos ou errados, servem para que cada um, leitor, busque comparações em si, em amigos, e a crônica, então, possa lhe servir como fantasia ou como exemplo e experiencia.

Escrever, para mim, faz parte do processo de crescimento pessoal e exercício para conduzir a vida.

Setenta vezes sete, foi a resposta que Jesus deu ao discípulo que lhe perguntou se seriam sete vezes sete teriam eles que perdoar; hó Senhor dos exércitos, meu Deus!,... permita-me perdoar aos que têm me ofendido, nem que seja por uma única vez!

Vou seguir o conselho maior de um irmão que me enviou João 16:20:
       O que for possível esquecer esqueça. O que não for, supere.
Não se torne vítima de suas dores e nunca permita que uma frustação defina a sua vida. Faça algo belo com esse feio que fizeram com você.

Percorro distancias, a extensão de minha Loja, prescruto toda a minha existência, subo aos céus, desço as profundezas da terra, ando a leste e a oeste, norte e sul, o universo está em minha Loja e tento percorrê-lo em busca de paz.

Ouço conselhos, busco respostas...

Vou me encontrar!

 Ir.·.  Leonardo Garcia Diniz

Mes.·.  Maç.·.  da .·. AR.·. L.·. S.·.  Amparo e União nº 260, Or.·.  de Ilhéus - Bahia