Ações educativas nas unidades de saúde de Ilhéus buscam sensibilizar equipes e ampliar o combate à sífilis congênita

Durante o mês de outubro, a campanha Outubro Verde – Mês do Combate à Sífilis Congênita mobiliza profissionais de saúde em todo o país para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis em gestantes. Em Ilhéus, a Vigilância Epidemiológica tem realizado uma série de palestras nas unidades de saúde, conduzidas pela enfermeira Alessandra Farias, responsável pelo agravo de sífilis no município.

As atividades já contemplaram as unidades de saúde Basílio  é II, ESF Nossa Senhora da Vitória II e III, UBS Euler Ázaro e ESF Nelson Costa I e II. O objetivo é sensibilizar as equipes de saúde sobre o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento das gestantes e seus parceiros, prevenindo a transmissão da doença para o bebê durante o parto. “Quando a gestante realiza o pré-natal, tem acesso ao exame e é tratada adequadamente, ela não transmite a sífilis congênita para o bebê. Por isso, é essencial que os profissionais estejam atentos desde a atenção básica, orientando e acompanhando essas mulheres”, destacou Alessandra Farias.

A enfermeira reforça ainda a importância de envolver toda a equipe l, dos agentes comunitários aos profissionais das unidades de saúde, na realização de ações educativas e orientações em sala de espera, estimulando o diagnóstico e o tratamento precoce.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Inicialmente, manifesta-se com uma pequena ferida nos órgãos genitais, que desaparece com o tempo, levando muitas pessoas a acreditarem que estão curadas. No entanto, sem tratamento, a doença pode evoluir e causar complicações neurológicas, cardíacas e auditivas, inclusive muitos anos depois.

No caso da sífilis congênita, quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê, as consequências podem ser graves: aborto, parto prematuro, baixo peso ao nascer, lesões ósseas e de pele, distúrbios auditivos e visuais, e até óbito fetal.

De acordo com o Ministério da Saúde, o aumento de casos no país é preocupante e reflete falhas no diagnóstico e no tratamento durante o pré-natal que oferece testagem para sífilis, permite tratar a mãe e impedir que a infecção chegue ao feto. O prognóstico está diretamente ligado à rapidez do tratamento. O tratamento da sífilis é gratuito e disponível nas unidades de saúde. A gestante deve ser acompanhada durante todo o pré-natal e o parceiro também precisa ser tratado, evitando reinfecções.

O Outubro Verde é, portanto, um chamado à conscientização sobre o cuidado integral da gestante e à valorização do pré-natal como um ato de prevenção e de amor, protegendo duas vidas ao mesmo tempo.