Apesar de jurarmos silêncio sobre tudo o que se passa em uma sessão maçônica, é comum que assuntos tratados em Loja sejam lamentavelmente compartilhados com irmãos ausentes ou até mesmo com profanos. Há casos em que, antes mesmo de a sessão terminar, temas em discussão já circulam fora da Loja, muitas vezes por causa do uso de celulares durante os trabalhos.

Esse silêncio não é jurado para esconder verdades, mas para preservar o que é compartilhado entre irmãos. Revelar fora do Templo o que se discute em Loja desrespeita os princípios da Maçonaria e gera insegurança nos irmãos, que deixam de se sentir à vontade para tratar de assuntos que deveriam permanecer restritos ao ambiente da Loja.

Comentários, às vezes despretensiosos e aparentemente inofensivos, feitos à esposa ou a amigos próximos, acabam expondo temas delicados ainda em processo de deliberação, como sindicâncias ou escrutínios, cujas decisões dependem de um debate reservado entre os irmãos.

Na Maçonaria, o silêncio não é mera ausência de palavras, mas expressão de domínio sobre si mesmo. Fora do Templo, o silêncio se transforma em sigilo, que não significa esconder, mas guardar consigo aquilo que lhe foi confiado.

Diante disso, torna-se ainda mais relevante compreender que o “eu juro” pronunciado em Loja não é uma formalidade. É um compromisso prático de silêncio, que preserva a confiança, dá segurança ao debate e permite que todos se expressem com liberdade.

Ir Cássio Lima

Mestre Instalado da Loja Luz, Trabalho e Fraternidade, 77, Irecê/BA