Parte I
Nos rincões deste Brasil gigante,
A justiça, ora frágil, ora errante,
Perdeu-se nas veredas da opressão,
Refletindo o medo em cada cidadão.
De Norte a Sul, do sertão à capital,
A insegurança jurídica é mortal,
Leis que vacilam, juízos que temem,
A censura rasteira se envenena.
No virtual, a palavra é tolhida,
Num tempo sombrio, a voz é perdida,
A liberdade em redes, monitorada,
Recorda Orwell e sua jornada.
No livro 1984 é narrado,
Um futuro de controle desalmado,
Onde o pensar é crime e o saber,
É perigoso para quem quer viver.
Mas em meio à sombra, surge a esperança,
De que um novo dia traga a mudança,
A luz da verdade vai prevalecer,
E os tiranos, por fim, hão de ceder.
O autoritarismo verá seu fim,
Diante da justiça que não tem fim,
Num Brasil onde o direito é pleno,
E a liberdade, enfim, será terreno.
Que venha o tempo de paz e verdade,
Onde floresça nossa liberdade,
E a censura, calada e vencida,
Dê lugar à voz, à luz, à vida.
Parte II
No caminho da justiça soberana,
O povo ergue a bandeira humana,
Com coragem, enfrenta a tirania,
E busca o direito à cidadania.
Cada verso, cada luta travada,
É um grito pela pátria amada,
Que resiste ao silêncio imposto,
E faz ecoar a verdade ao posto.
Os tempos de Orwell são aviso,
De que o controle é um artifício,
Dos poderosos que temem perder,
A força da mente que insiste em saber.
Mas a história ensina a quem vê,
Que a opressão um dia há de ceder,
Diante da força da união,
Do povo que clama por libertação.
A censura, qual mordaça cruel,
Será desfeita pelo nosso papel,
De escrever com sangue e coragem,
A nova história de nossa passagem.
Um Brasil onde a lei seja justa,
Onde a liberdade floresça robusta,
E a verdade, como um sol radiante,
Ilumine cada ser, a cada instante.
Na tela, no livro, na praça,
A voz será livre, sem mordaça,
E o medo que um dia reinou,
Será apenas história que passou.
Pois o futuro, que agora se faz,
É de um povo que clama por paz,
Por justiça, por liberdade real,
Num Brasil livre, forte e sem igual.
Que o cordel, em sua essência,
Seja a chama viva da resistência,
E que cada verso que aqui se faz,
Seja um passo firme rumo à paz.
Parte III
Nos trilhos da justiça, seguimos,
Com sonhos de liberdade, persistimos,
Em cada esquina, em cada coração,
Bate forte a vontade de transformação.
O Brasil que ora se ergue, altivo,
Já não teme o jugo opressivo,
Pois a verdade é semente plantada,
Em solo fértil, por mão calejada.
A mordaça, outrora tão temida,
Foi rompida pela voz destemida,
De um povo que, em uníssono, canta,
O hino de uma nação que se levanta.
Cada palavra solta ao vento,
Carrega consigo o firmamento,
De que o direito não pode ser calado,
Nem pela força, nem pelo Estado.
E assim, nos caminhos do pensar,
Onde o medo não pode alcançar,
Nasce um Brasil novo e soberano,
Livre dos grilhões, forte, humano.
As telas que antes eram prisão,
Agora são campos de expressão,
Onde a voz do povo ressoa,
Em verso e prosa, em rima boa.
Não mais Orwell será profeta,
De um mundo cinzento, sem meta,
Pois aqui, o futuro é construído,
Por quem jamais será esquecido.
Os autoritários, que tentaram,
Com mãos de ferro, nos calaram,
Agora sucumbem, sob o peso,
Da verdade que os derrubou desde o começo.
Em cada rima, em cada canção,
Vibra a força da nossa nação,
Que não se curva, não se apaga,
E na luta por justiça, se embala.
Que o cordel, em seu fim, proclame,
Um Brasil livre, sem qualquer desarme,
Onde a verdade seja sempre guia,
E a liberdade, nossa eterna poesia.
Ícaro Emanoel Vieira Barros de Freitas
Membro Efetivo da Academia Grapiúna de Artes e Letras (Agral) - Cadeira 22 e da Academia de Letras Jurídicas do Sul da Bahia (Aljusba) - Cadeira 31