“Personagens de Ipiaú - os folclóricos e outras figuras” é o nome do livro do jornalista e poeta José Américo Castro, que será lançado na próxima sexta-feira (4), às 18h30, no Casarão José Américo, centro de Ipiaú. A obra, uma publicação do Selo Alba Cultural, projeto da Assembleia Legislativa da Bahia, é uma coletânea de crônicas em que o autor resgata personagens, relata “causos” verídicos ou inventados e passeia sobre ambientes da querida terra onde nasceu. Zé Américo, como é carinhosamente chamado, eterniza, nas 345 páginas do livro, histórias brilhantes da cidade, com narrativas recheadas de humor, poesia e antropologia.
Logo na apresentação do seu livro, o escritor José Américo, filho da educadora Emerentina da Matta Castro e do pequeno fazendeiro Américo de Almeida Castro, “descreve os primeiros anos da infância e seu gosto pelo fabuloso universo da literatura, quando devorava os livros de Monteiro Lobato e Machado de Assis”. Sob o título “Eu, meu pai, Castro Alves e as vacas”, o menestrel de Ipiaú lembra do tempo “da doce idade, a idade da graça, das coisas ingênuas”, da época em que, por decisão paterna, deixou de tirar leite da vaca e passou a declamar versos do Poeta dos Escravos, em plena longarina do curral: “Deus, Oh Deus, onde estás que não respondes? A praça é do povo como o céu é do condor! Oh! Bendito o que semeia livros”.
José Américo, o jovem inquieto do Ginásio de Rio Novo, que rabiscava versos e produzia textos para jornais e murais, sempre foi engajado no movimento cultural de Ipiaú. A imaginação fértil do poeta “ganhou ainda mais asas” no Colégio de Viçosa, município de Minas Gerais, onde estudou no início da década de 70. Mas foi em Salvador, nas salas, corredores e na Cantina de Beré, da antiga Escola de Biblioteconomia e Comunicação (EBC da Ufba), que ele ampliou os conhecimentos técnicos da profissão. Conviveu com renomados jornalistas das derradeiras redações do Diário de Notícias e também trabalhou na equipe do caderno “A Tarde Municípios”, produzindo matérias sobre o Território de Identidade do Médio Rio de Contas.
“Personagens de Ipiaú - os folclóricos e outras figuras” é um livro de crônicas que Zé Américo faz questão de dedicar ao povo de Ipiaú. “O procedimento e os feitos dessa gente inspiraram os textos aqui contidos. Encontrei espelhos, exemplos, pessoas dignas de reverências e repletas de irreverências. Todos com bons motivos de literatura. Cada um à sua maneira, com relevantes serviços prestados ao município”, observou o autor.
ELOGIOS
O jornalista, escritor e advogado Wilson Midlej, que assina as orelhas da publicação, diz que os episódios narrados “são revestidos com uma roupagem adequada a cada tema, a cada personagem, em regiões diferentes da nação do cacau”. Midlej define o escritor José Américo como “um jornalista brasileiro, poeta e intérprete do talento, da fibra e da coragem do povo de Ipiaú e das mandingas da Bahia”. Já para Dilson Araújo, editor e ativista cultural, que, em breves palavras na contracapa também enaltece a obra, garante que o livro é gostoso de ler, porque tem simplicidade e grandiosidade. “O autor faz valer o valor de cada personagem, sem distinção. Dos doidos aos letrados, dos extravagantes aos que juntaram e inventaram, dos honestos aos enrolados. Todos juntos e misturados”, pontuou.
O prefácio da obra coube ao professor universitário Sérgio Mattos, doutor em comunicação, poeta e autor de 54 livros. Com carinho, o mestre destacou as qualidades do ex-aluno, “um jornalista atuante, um cronista e poeta do cotidiano e um memorialista nato, que vem realizando um trabalho de resgate da história em sua terra natal”. Sérgio Mattos cita personagens como Clarice do Mingau, Tito da Cruz, Chico do Jornal, João Guardinha e tantas outras figuras para exaltar o livro de José Américo, a quem considera um autor que dispensa apresentações, já que também é um personagem que batalha pelo engrandecimento de sua terra. “Ao ler as histórias deste livro, o leitor terá oportunidade ímpar de viajar no tempo, pelas ruas e praças da cidade, conhecendo de perto quem realmente contribuiu para a consolidação de Ipiaú como celeiro de cultura e arte”, resumiu o professor.