Apelo maior do festival já se torna modelo para eventos artísticos maiores: shows com utilização de energia solar se transforma em tendência a partir do que foi feito em Itacaré

O Festival Cena Local Solar, realizado entre 19 e 21 de abril com extensão de atividades em maio, encerrou com resultados apresentados nessa semana, com a elaboração dos relatórios, que reforçam seu papel na democratização cultural em Itacaré.

O evento, uma realização da Associação dos Profissionais da Música de Itacaré (APMI) em parceria com o Ponto de Cultura Música na Árvore Solar, mobilizou 1,8 mil pessoas em apresentações musicais e formou 280 participantes em oficinas culturais gratuitas.

O projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e teve apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal.

A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

Com programação descentralizada, o festival levou música, poesia e formação para diferentes comunidades.

A Praça da Mangueira recebeu shows de rap, axé e pop, enquanto a Vila Marambaia vibrou com samba e reggae. Já Taboquinhas acolheu o encerramento com uma mistura de ritmos que celebrou a diversidade artística local.

Ao todo, 108 artistas divididos em 22 bandas subiram ao palco durante os três dias de evento.

As oficinas culturais, realizadas ao longo de maio, foram outro destaque.

Com atividades como capoeira, ritmos de terreiro e construção de instrumentos sustentáveis, o projeto alcançou jovens em diferentes bairros, sempre com acessibilidade garantida por intérpretes de Libras.

A oficina de trompete com o músico mineiro João Vianna atraiu 80 estudantes, reforçando o caráter formativo da iniciativa.

A sustentabilidade marcou presença nesta edição, se transformando no principal apelo do projeto. O uso de energia solar nos shows permitiu uma economia de 85 kWh - suficiente para manter uma geladeira doméstica funcionando por três meses. A ideia lançada já é referência para que outros promotores de eventos comecem a pensar em grandes shows alimentados com energia sustentável.

No caso do Festival Cena Local Sola, a redução na emissão de carbono reforçou o compromisso ambiental do projeto, que já nasceu com a proposta de aliar cultura e práticas ecológicas.

Jovens como Lorrany e Emanuel se destacaram como monitores nas oficinas, exemplificando o protagonismo juvenil incentivado pelo festival.

“Essa estratégia de formação de multiplicadores culturais vem fortalecendo redes locais e criando lideranças artísticas na região”, apontou André Trindade, um dos organizadores.

Com apoio da Prefeitura de Itacaré, o Cena Local Solar consolidou-se como política cultural efetiva.

Os números impressionam: além do público, 80 profissionais trabalharam nos bastidores, entre equipe técnica, segurança e produção.

Ao unir arte, educação e sustentabilidade, o festival deixa um legado que ultrapassa os dias de evento.

Para os organizadores, os resultados confirmam a cultura como vetor de transformação social, capaz de incluir, formar e inspirar novas gerações em Itacaré. A expectativa é que as próximas edições ampliem ainda mais esse impacto na comunidade.