A mão de Deus é visível em tudo, mas sua sombra encobre o que faz. Assim também deve ser a caridade maçônica: sem alarde, sem publicidade, sem necessidade de reconhecimento. A verdadeira caridade não busca aplausos; manifesta-se na discrição e se realiza no bem silencioso que promove.

Ao estendermos a mão ao Hospitaleiro, depositamos na bolsa o que o coração determina e as possibilidades permitem. Mesmo que nenhum metal seja ali colocado, o irmão consciente saberá contribuir quando puder. Jamais devemos ridicularizar uma doação, pois toda oferta, por menor que seja, traz consigo o valor de quem dá com sinceridade.

Campanhas de doação que circulam nos grupos da Loja, acompanhadas de longas listas com nomes e valores, podem expor irmãos e constranger aqueles que, por limitações momentâneas, não conseguem contribuir da mesma forma.

Se a prática da caridade deve ser discreta, cabe refletir: qual é, de fato, o propósito dessas listas?

Que a caridade continue sendo expressão do silêncio que edifica, e não da exposição que constrange. Que cada irmão se sinta livre para doar com o coração, sem cobranças ou comparações, pois na Maçonaria o valor da oferta não se mede em metais, mas na intenção com que é feita.

Ir.·. Cássio Lima

Mestre Instalado da Loja Luz, Trabalho e Fraternidade, 77, Irecê/BA