DIREITOS – Conte-nos um pouco sobre a sua vida maçônica?             José Augusto – Iniciado em 30/04/1974 na Loja Maçônica Deus Paz e Progresso nº 30, Or.·. de Ruy Barbosa, filiado no mesmo ano na Loja Maçônica Amor e União Itapetinguense nº  61, Or.·. de Itapetinga, portanto, completei 46 anos de Maçonaria. Fui Elevado ao Gr.·. de Comp.’. Maç.·. em 12/10/1974 e Exaltado ao Gr.·. de Mest.·. Maç.·. em 30/05/1975. Fui Ven.·. Mest.·. da A.·. R.·. L.·. S.·. Amor e União Itapetinguense (1981-1983) e da A.·. R.·. L.·. S.·. Vigilância e Resistência, do Or.·. de Ilhéus, Sul da Bahia.   DIREITOS – Com mais de quatro décadas dedicados à Ordem, quais foram os cargos/funções, títulos, fundações e/ou participações em outras instituições maçônicas o senhor teve? José Augusto – Participamos do Simpósio Maçônico do Centenário de Ilhéus (1981) e também do Conclave de VVen.·. MMestr.·. em Salvador (1981). Sou fundador da Loj.·. de Lowtons em Itapetinga (1982) e presidente da Loja de Lowtons (1983-1985 e 1985-1987), além de presidente da Com.·. de Liturgia da Loja Amor e União Itapetinguense (1983-1985, 1985-1987, 1987-1989). Grande Inspetor Geral da Ordem – Gr.·. 33, Supremo Conselho para a República Federativa do Brasil (03/1985) e Delegado da Inspetoria Litúrgica da Terceira Região Litúrgica do Supremo Conselho do Grau 33 (1985-1987). Além de Membro Honorário da Loj.·. Maç.·. Fraternidade Conquistense pelos relevantes serviços prestados à Loj.·. e a Maçonaria Universal (1987) e Membro Honorário do Consistório de Príncipes do real Segredo “Frank S. Land” da cidade do Rio de Janeiro, pelos relevantes serviços prestados à Maçonaria (1987). Também fui presidente da Loja de Perfeição João Américo de O. Filho, Or.·. de Itapetinga (1983-1984 e 1984-1985) e da Loj.·. Cap.·. General Lauro Sodré, Or.·. de Itapetinga (1987-1988 e 1988-1989), além de fundador e primeiro presidente do Conselho de Kadosh Vale do Catolé, Or.·. de Itapetinga (1987-1988, 1988-1989 e 1989-1991) e sou filiado a Loj.·.Vigilância e Resistência desde 14/12/1998. Além disso, recebemos os Títulos Honoríficos pelos relevantes serviços prestados a Maçonaria no Or.·. de Itapetinga (06/10/2006) e Título Honorífico e Medalha Montezuma do Sup.·. Cons.·. do Gr.·. 33 em 1994, além do Diploma pelo Gesto Fraterno de Compreensão e Amor a Maçonaria (1995). Exercemos as funções de quase todos os cargos, tanto nas LLoj.·. SSimb.·. e nas LLoj.·. FFilos.·.  nos OOr.·. de Itapetinga e Ilhéus e Vig.·. da Loj.·. Resistência (2007 – 2009) e sou Membro da Academia Maçônica de Letras e Artes da região Grapiúna (AMALCARG).   DIREITOS – Quando o senhor assumiu o primeiro malhete da A.·. R.·. L.·. S.·. Vigilância e Resistência, do Oriente de Ilhéus para os anos 2015 – 2017, não era a sua primeira vez como Venerável Mestre? José Augusto – A bem da verdade foi a segunda vez, pois a primeira vez que assumi o primeiro malhete de uma Loja Maçônica foi na A.·. R.·. L.·. S.·. Amor e União Itapetinguense (1981 – 1983), no Or.·. de Itapetinga (Mesorregião do Centro-Sul Baiano), e que na época era o primeiro Ven.·. mais novo em idade cronológica a assumir o comando de uma Oficina Maçônica filiada à Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB), aos 36 anos de idade.   DIREITOS – A Maçonaria é... José Augusto – A Maçonaria é uma instituição que visa o polimento do ser humano, começando pelo seu EU interior, através dos estudos filosóficos. Por este e outros motivos não se trata de uma religião, exigindo apenas de todos, a crença na existência de um ser superior denominados de DEUS, o qual o denominamos de Grande Arquiteto do Universo (GADU). A Maçonaria, portanto, não é um Clube de Serviço onde os fins justifica os meios. Ela é uma escola de líderes, onde princípios, como Tolerância, Respeito ao próximo e Fraternidade devem sobrepor qualquer interesse pessoal. Para nós, a Maçonaria é uma instituição genuinamente filosófica, filantrópica, educativa e progressista, que adota a Investigação da Verdade, em regime de plena Liberdade.   DIREITOS – Com 46 anos de trabalhos dedicados a Maçonaria como o senhor define o trabalho maçônico? José Augusto – É o exercício constante para a obtenção de posturas corretas; das práticas litúrgicas com perfeição, e assim emitir vibrações positivas que alcancem o próximo, que é o aquele maçom ausente temporariamente no nosso templo. E só assim, o maçom poderá construir o templo espiritual coletivo e individual, pois necessita de muito trabalho para conseguir ao final desta construção. E como disse Jean Mourgues em um de seus livros: “Ninguém pode ser reconhecido como maçom enquanto continuar servo das suas paixões, escravo das suas crenças e cego pelos bens deste mundo”   DIREITOS – Após 4 anos à frente dos desígnios da A.·. R.·. L.·. S.·. Vigilância e Resistência, qual o resumo o senhor faz no aspecto harmônico da Loja? José Augusto – Inicialmente, nossa preocupação foi pela manutenção da Harmonia, União o Respeito e o Carinho entre os IIr.·., colocando mediante dialética na medida do possível os IIr.·. a estudarem e refletirem no “por que estou aqui”. O Maçom tem de ter obrigação de ser um farol para a humanidade. Tem que fazer a diferença; tem que ter postura. O Maçom tem que ser a pessoa que muda o mundo, Para que isto aconteça basta seguir os princípios adotados por nossos rituais. O mesmo aconteceu com o Clube da Fraternidade onde nossas cunhadas imbuídas da necessidade que houvesse harmonia, também assim o fizeram, conseguindo um laço forte de irmandade. Ao dar início a nossa gestão tivemos que enfrentar os preparativos para a comemoração do Dia do Maçom que foi realizado no mês de agosto/15 contando com a presença das LLoj.·. do nosso Or.·. e a seguir os preparativos para a comemoração do Jubileu de Ouro de nossa Loja em 2016, cuja solenidade realizamos no Centro de Convenções de nossa cidade, quando colocamos um grande número de Maçons e convidados, contando, além de autoridades civis e militares, tivemos a presença do Gr.·. Mest.·. da GLEB. Foi um momento de muita alegria e emoção pois pudemos homenagear os VVen.·. que nos antecederam, com uma placa alusiva a comemoração, e apenas um único Fundador da Loja que a época ainda encontrava-se com vida em nosso meio com toda atividade - o Ir.·. Vanderlito Ribeiro da Silva. Apesar de estar com vida, esse Ir.·. fundador estava hospitalizado, que, infelizmente não pudemos render-lhes pessoalmente as homenagens merecidas. Como estava homenageando todos os VVen.·. que nos antecederam, fui pego de surpresa, quando o Ir.·. Ord.·. de nossa loj.·. Ir.·. Hugo pediu a palavra e convidou um dos IIr.·. AAp.·. mais novos, e que era meu afilhado Ir.·. Regis Aragão para prestar-me também uma homenagem pelo fato de ser o Ven.·. das Bodas de Ouro da Vigilância e Resistência, com uma placa alusiva ao evento.     DIREITOS – E no aspecto patrimonial? José Augusto – Posteriormente colocando à frente uma gestão que zelasse pelo nosso patrimônio, conseguimos em especial no decorrer destes anos efetuar uma grande reforma em nossa Loja desde o telhado até a parte térrea, tendo sido o gasto ultrapassado o que não estava programado, pois construção com certa idade, quando começa a efetuar sua recuperação de algo que teria necessidade, eis que aparece outras coisas para serem executadas, que não estavam previstas, furando todo o orçamento previsto. Procuramos manter conservado não só a parte estrutural, mas, também os móveis e utensílios que fazem parte do acervo desta casa, mas, tudo o que é necessário para manutenção e conservação de um patrimônio, que é esse Grande Palácio Maçônico que leva o nome merecidamente do Ir.·. Osvaldo Bernardes. Ainda efetuamos a montagem da abóbada do nosso templo em forma de um triangulo, tendo sido adaptada uma iluminação especial haja vista que a cobertura anterior se assemelhava a uma barcaça usada nas propriedades rurais para secagem de sementes do cacau bastante danificada. Conseguimos climatizar nosso salão de eventos colocando equipamento de ar condicionado num total de 180 BTUS, pois era uma grita de há muito tempo, em especial de nossas cunhadas.   DIREITOS – E quanto ao aspecto social? José Augusto – Nessa área impulsionados e incentivados por nosso Clube da Fraternidade, onde nossas cunhadas se desdobravam para que nós as acompanhasse visando auxiliar e/ou minimizar o sofrimento dos que mais necessitavam e necessitam, pois trata-se de um dos objetivos de nossa Instituição, contando ainda com o apoio dos DeMolays, quando eram convocados para tal mister. Efetuamos a distribuição de Cestas Básicas num total de quase Três Toneladas de gêneros alimentícios de primeira necessidade (Feijão, macarrão, arroz, óleo, açúcar, leite, biscoitos, frango abatido, etc..), tendo contado com a colaboração dos IIr.·. que atenderam ao nosso chamamento, sendo entregues pessoalmente por nós, juntamente com os IIr.·. nas seguintes localidades: Rua do Mosquito, em algumas ruas do Malhado (moradores de rua), em diversas creches e casas de tratamento de tuberculosos e cancerosos, tais como: Comunidade Católica Novo Céu – Iguape, Associação de Apoio aos Portadores de Câncer – Conquista, Creche Bom Pastor – Teotônio Vilela, Creche Renascer – Santa Isabel, Creche Casa de Sião – Barreira, Casa da Criança – Freiras, Comunidade do Bairro do Mosquito, Abrigo São Vicente, Lixão... Além das Cestas Básicas, foi também efetuada doação de mais de 2.000 brinquedos, mais de 200 peças de roupas, doces e chocolates paras as crianças quando das comemorações do dia da criança e do Natal. Tivemos ainda com total apoio das cunhadas e de IIr.·. a aquisição e entrega de Kits Gestantes, que fora iniciado com 5 Kits no primeiro ano, 8 Kits no segundo ano, 10 Kits no terceiro ano e 15 Kits nesse quarto ano, sempre no mês de maio, sendo entregues àquelas gestantes mais necessitadas, cujo levantamento era efetuado por uma agente social junto aos hospitais públicos de nossa cidade.   DIREITOS – Como se deu as parceiras com os clubes de serviços e entidades organizadas da cidade de Ilhéus?  José Augusto – Por outro lado, algumas outras atividades consideradas de cunho social foram desenvolvidas por nossa Loja, quando foi cedido nosso salão de eventos e espaço externo para diversas Instituições na realização de promoções – Igreja Católica – Grupo de Cursilho, Rosa Cruz, Grupo Banho Solidário, Lions Club centro, dentre outros.   DIREITOS – E quanto aos eventos propriamente da Loja Vigilância e Resistência?   José Augusto – Foram realizados alguns eventos da Loja Vigilância e Resistência, a exemplo do Dia dos Pais, Dias das Mães, Festa junina, Confraternização de Fim de Ano, dentre outros, cujo objetivo maior era promover uma grande confraternização e uma maior aproximação e união entre os IIr.·. e familiares, além de angariar fundos para os atendimentos das obras sociais que foram sendo desenvolvidas no decorrer do período mencionado.   DIREITOS – E Quanto aos eventos maçônicos A.·.R.·.L.·.S.·. Vigilância e Resistência nos seus dois venerelatos? José Augusto – Como atividades puramente maçônicas, conseguimos efetuar 18 IInic.·., 13 EElev.·., 13 EExalt.·., 8 FFiliac.·., 3 RRegular.·., 3 IInst.·. na cadeira de Salomão e um Reconhecimento Conjugal, cuja solenidade foi executada pelo 1º Vig.·. da Loja, hoje Ven.·., em face um problema nosso de saúde.   DIREITOS – E como se deu a inter-relação com as Lojas coirmãs do sul da Bahia e de outros OOrie.·.? José Augusto – Para consecução da União entre os IIr.·. não só do nosso Or.·., foram efetuadas visitas às diversas LLoj.·. MMaç.·. em comitiva ou por representação de IIr.·. do Quad.·. – Regeneração Sul Baiana, Elias Ocke, Amparo e União, Sabedoria Equilíbrio e Poder - Ilhéus, Acácia Grapiúna, 28 de julho, Areópago Grapiúna, Construtores do Templo e  Areópago Itabunense - Itabuna, Harmonia Essênia em Salvador,  Acácia do Sul - Itajuípe, Obreiros da Regeneração - Uruçuca, União e Caridade - Canavieiras, Romã do Progresso – Buerarema, Obreiros do Areópago - Ibicaraí, Mahachoan - Camacan, Filhos da Acácia – Coaraci, Itacaré, dentre outras, como também recebemos diversas visitas de IIr.·. de diversos OOr.·. que vieram em comitivas ou individualmente representando-as. Devemos aqui ressaltar a visita de comitiva de IIr.·. do Or.·. de Itabuna oriundos de diversas LLoj.·. daquele Or.·., que naquela oportunidade nosso templo albergou mais de 200 IIr.·., tendo sido um momento grandioso para a maçonaria regional. Participamos das reuniões do PALOMAS realizadas em Itabuna, Itajuípe, Camacan e Uruçuca, sendo que o próximo encontro será realizado em nosso Or.·. sob a responsabilidade da Vigilância e Resistência. Quando digo que participamos, não significa aqui dizer que o Ven.·. se fez presente em todas essas reuniões, mas houvera representantes de nossa Loja nesses eventos, pois fazemos parte do grupo do Palomas.   DIREITOS – E a participação da Loja nas inquietações e/ou problemas da sociedade de Ilhéus e regional? José Augusto – Gostaria de ressaltar neste momento as grandes parcerias com nossas coirmãs do Or.·. de Ilhéus, cujos VVen.·. sempre estavam reunidos para tratar de assuntos maçônicos e de atividades ligadas à instituição trocando ideias e experiências – quer fossem em almoço, café ou encontro apenas formal, visando sempre a união e harmonia entre os IIr.·.. Um outro ponto alto de nossa administração foi a participação de nossa Loja juntamente com as coirmãs nos desfiles em comemoração da Independência do Brasil, realizadas no 7 de setembro, quando conseguimos graças a harmonia das LLoj.·. colocar um grande número de Maçons e até mesmo cunhadas, além dos membros do Capitulo 58 da Ordem DeMolay, que repercutiu positivamente para a Maçonaria local e regional. Estivemos sempre atentos aos problemas em especial regional e não esquecendo do nacional. Encabeçamos abaixo assinado po LLoj.·. Maçônicas do nosso Or.·. e de OOr.·. circunvizinhos, voltados para melhoria de nossa cidade e região, documentos esses dirigidos ao Governador do Estado da Bahia – Implantação de uma Unidade do Hemoba em nossa cidade no Hospital Costa do Cacau, ao Prefeito Municipal – ativação do Tiro de Guerra, bem como aos Ministros do STF -  papel fundamental e de excelência para  garantia do estado democrático de direito em nosso país. Posteriormente, efetuamos a abertura do ano Maçônico de 2019 com a presença dos VVen.·. de nosso Or.·.e do Or.·.. de Itabuna, evento nunca realizado em nossa região, que marcou o início das atividades maçônicas do ano em curso.   DIREITOS – Como se deu a parceria com a A.·.R.·.L.·.S.·. Acácia Grapiúna do Or.·. de Itabuna para a 1ª Sessão ao Ar Livre/Céu Aberto da região? José Augusto – Acreditamos que o ponto culminante de nossa gestão foi a parceria com a Loja Acácia Grapiúna na pessoa do Ir.·.Ven.·. Wladimir Sérgio, quando conseguimos realizar pela primeira vez em nossa região uma sessão maçônica a céu aberto com uma noite de lua em uma área do seu sítio, onde estavam presentes cerca de 200 IIr.·. de diversos OOr.·.do nosso Estado da Bahia do norte ao Sul e do Leste e Oeste, que ficará marcada para o resto dos nossos dias, tendo no seu final servido um grandioso churrasco, não esquecendo do transporte que foi colocado à disposição dos IIr.·. dos OOr.·. de Ilhéus e de Itabuna, pois eram as bases de ida e vinda dos IIr.·. que vieram participar deste grandioso evento.   DIREITOS – Suas considerações finais: José Augusto – Como pode ser observado, até aqui só foram registrados momentos de alegria, confraternização, harmonia e união, que foi um dos primordiais objetivos de nossa administração, e graças ao G.·.A.·.D.·.U.·. conseguimos esse feito extraordinário, que repercutiu e repercute até hoje e com certeza continuará, levando o nome de nossa Loja a outros rincões servindo de modelo, haja vista que, praticamente não se falava positivamente da Vigilância devido a diversos tropeços que aconteceram no decorrer de sua existência. Mas, tudo isto só foi possível pelo fato dos IIr.·. que faziam parte de nossa Administração e demais membros da Loja estarem coesos, voltados para o que nós nos promulgamos – harmonia, união, entendimento, tolerância e a Fraternidade, nunca deixando de lado o Social, que de há muito parece que estava esquecido por nossa Loja.  Daí o reconhecimento por nossas coirmãs e dos IIr.·.de nossa região. Concluindo, acredito que o grande segredo da Maçonaria, jamais poderá ser revelado, uma vez que o segredo da Ordem está na vivência maçônica, na transformação dos rituais em nossos desígnios, enquanto vida tiver, olhando sempre para dentro de si.